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Economia

Brasil produz chocolates de baixa qualidade? Leia mais a legislação

Segundo do instituto do consumidor, as leis em relação ao chocolate do Brasil, possuem poucos critérios e poucas informações aos compradores.

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As leis que garantem a qualidade do chocolate no Brasil são, digamos, um pouco brandas demais. Ao contrário dos outros países, no Brasil, o chocolate pode ter diversos aditivos, usar gordura vegetal em sua composição e ter uma porcentagem bem pequena de cacau.

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Para você ter noção, para ser considerado chocolate no Brasil o produto precisa ter no mínimo 25% de cacau, ao contrário de outros países, como os Estados Unidos, que é necessário que se tenha pelo menos 35%. Então, para alguns especialistas, alguns chocolates brasileiros nem considerados chocolate são.

Na Europa, a porcentagem de cacau é a mesma do Brasil, porém os outros ingredientes exigidos para o produto ser considerado chocolate precisam ter a configuração original, como açúcar, massa de cacau, manteiga de cacau, leite em pó, emulsificante e aroma de baunilha.

No Brasil, vemos nos rótulos produtos mais baratos para compor o chocolate, como manteiga desidratada e gordura vegetal. Em comparação com a manteiga de cacau, estes ingredientes são bem inferiores, porém ajudam no transporte e armazenamento pois dificultam o processo de derretimento.

Mas o que preocupa de verdade nesta situação, é que estes ingredientes de baixa qualidade deveriam baixar o preço dos produtos, e não foi o que vimos na páscoa deste ano. Pesquisas mostram que, em relação com 2021, os ovos de páscoa estavam até 40% mais caros este ano. Porém a inflação no país está em 11,30%.

Segundo Carolina Garofani, que é uma chef de confeitaria premiada e professora universitária, com a legislação tão branda que temos no Brasil, a definição da qualidade do produto fica por conta das indústrias, que em sua maioria preza por gastar menos com ingredientes.

Fora que, o cacau de melhor qualidade que são colhidos no país, são exportados para outros países, enquanto o que sobra para ser utilizado pelas indústrias nacionais são frutos meio doentes e com o processo de fermentação acelerado.

“Acho que é seguro dizer que o que chega para a gente é o pior que a legislação permite”, diz a chef.

Mas por que a porcentagem de cacau é tão baixa aqui no Brasil?

Bem, no final dos anos 70, a legislação exigia um mínimo de 32% de cacau na composição do chocolate, porém após plantações de cacau serem dizimadas devido uma praga chamada vassoura-de-bruxa nos anos 80, a porcentagem de cacau foi diminuída para reparar os estragos.

Hoje em dia o Brasil voltou a ser o maior exportador do fruto, porém a legislação continua na mesma. E para piorar a situação, as embalagens de chocolate raramente informam a porcentagem de cacau presente no produto, deixando os consumidores sem esta informação que deveria ser importante. Porém de acordo com o Idec, não existe uma lei que obrigue os fabricantes a informarem este percentual.

Mas temos chances de mudanças, pois há dois projetos esperando para serem aprovados no Congresso Nacional que visam aumentar a porcentagem de cacau nos chocolates, um para 27% e o outro para 35%. Porém, infelizmente o status de votação encontra-se parado.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Confeitaria e Derivados, a indústria nacional produz bons produtos, e que a produção se adequa ao gosto do consumidor, que hoje no Brasil prefere o chocolate ao leite.

Amante de filmes e séries e tudo o que envolve o cinema. Uma curiosa ativa nas redes, sempre ligada nas informações acerca da web.

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