Economia
Capitalizados por IPOs, provedores regionais de Internet ‘vão às compras’
Transações priorizam interior do país, onde não há cobertura de grandes teles
Depois do grande êxito na oferta inicial de ações (IPO), provedores regionais de banda larga, agora mais capitalizados, competem entre si para ver ‘quem sai na frente e abocanha’ maiores faixas de um mercado com grande potencial de crescimento.
Potencial de expansão – Tal potencial pode ser medido por estudo recente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), segundo o qual apenas 37,1 milhões dos brasileiros possuem banda larga, ou seja, o serviço não atende a maioria da população. Do montante levantado pela agência, só a metade possui rede de fibra ótica, tecnologia que permite navegar com mais velocidade pela web.
Duas aquisições – Um exemplo do ‘apetite’ dos provedores regionais pode ser dado pela operadora paulista Desktop. Logo após levantar R$ 715 milhões em sua IPO, em julho último, a companhia adquiriu duas empresas de tecnologia; a Starnet, que tem 20 mil clientes na região de Atibaia (SP), numa transação de R$ 51 milhões, e a NetBarretos, com atuação na cidade paulista de mesmo nome, em operação cujos valores não foram revelados.
Três transações – Também recém-chegada em julho, a operadora catarinense Unifique, depois de levantar R$ 818 milhões na IPO, selou três aquisições: da Zappen, de Joinville (SC), por R$ 40 milhões, com 20 mil assinantes na região; da Neofibra, de Benedito Novo (SC), que dispõe de 4,3 mil clientes, além da Tknet (Taquari-RS), detentora de 15 mil assinantes. Os valores dessas duas transações não foram divulgados.
Atualização tecnológica – Um mercado inteiramente novo. É o que observa o vice-presidente da área de Assessoria Estratégica da G5 Partners, Daniel Lombardi, ao destacar que o setor está passando por uma fase de avanço tecnológico, de substituição do cobre pela fibra ótica. Na sua avaliação, esse é o “momento estrutural mais relevante, desde a época da privatização da telefonia fixa”. Atenta à tendência, a G5 assessorou a mineira Algar Telecom na aquisição, por R$ 600 milhões, da operação da Vogel.
Foco é interior – Como se pode depreender, o filão de investimento desse segmento se concentra, sobretudo, no interior do país, onde as grandes teles não estão presentes, a ponto de a participação dos provedores regionais no setor de banda larga ter saltado de 40,4% para 44,4% em apenas um ano, conforme atesta estudo da consultoria Teleco, a pedido da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp). Atualmente, o segmento responde por 12,3 milhões, de um total de 19,7 milhões de acessos à internet fixa por fibra ótica.
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