Cautela e volatilidade devem marcar início da semana

Depois de uma semana cheia de decisões de política monetária, nesta, os investidores estarão atentos ao comunicado que o Comitê de Política Monetária (Copom) divulga ao longo da semana e aos pronunciamentos do presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), Jerome Powell, para entender se ainda há espaço para novas ações de política monetária. Além disso, a possibilidade de um novo avanço do covid-19 também preocupa. Diante disso, hoje pode ser um dia de cautela, com os ativos oscilando ao sabor dos acontecimentos. Às 9h05, o Ibovespa futuro indicava queda de 1,27%, aos 96.768 pontos.

Por aqui, outro ponto de atenção é a questão fiscal. Depois de desistir do Renda Brasil, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e pediu estudos sobre um novo programa assistencialista. A preocupação é de onde virão os recursos para viabilizar o programa e como isso será conciliado para evitar o rompimento do teto de gastos. Além disso, o mercado também espera alguma sinalização sobre a realização das reformas administrativas e tributárias, que podem trazer algum alento aos negócios, se forem realizadas.

Há pouco, o Banco Central divulgou o Boletim Focus. A estimativa dos agentes financeiros para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano apresentou uma leve melhora, passando de queda de 5,11% na semana passada para recuo de 5,05%. Para 2021, a estimativa foi mantida em 3,50%. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a projeção subiu de 1,94% para 1,99%; para o ano que vem, foi mantida em 3,01%. Para a Selic, não houve mudança, a taxa se manteve em 2% e, para 2021, em 2,50% ao ano.

No exterior, a divulgação de que os bancos HSBC e o Standard Chartered movimentaram somas de fundos ilícitos por um longo período, apesar de indícios de origem duvidosa, derrubou as ações e contamina os papéis de outras instituições financeiras nas bolsas europeias com possibilidade de operações semelhantes em relação a outros bancos da região, como Barclays e Deutsche Bank.

Para ajudar a azedar o humor, houve recorde de novos casos de covid-19 na França, e o Reino Unido alertou que a área do noroeste da Inglaterra terá que adotar novas medidas para conter o avanço da doença.

Em Nova York, o índice futuro do Dow Jones apresentava recuo de 2,02%, aos 27.039 pontos.