Clima úmido desacelera colheita da safra de milho na China

Analistas e traders afirmaram que apesar do clima úmido que desacelerou a colheita da safra e os preços recordes da energia que aumentaram os custos de secagem e logística dos grãos, os preços do milho na China atingiram máximas em vários meses.

Enquanto os principais mercados à vista no leste e sul do segundo maior consumidor de milho do mundo subiram significativamente nos últimos dias, a nova safra de milho irá registrar quase 9% na bolsa de Commodites de Dalian, chegando no seu maior valor desde junho.

De acordo com a analista sênior da Shengda Futures, Meng Jinhui, “chuvas e neve atrasaram as vendas da nova safra para o mercado em Liaoning (província), nas regiões noroeste e norte, enquanto a logística nos portos de Liaoning foi suspensa devido ao mau tempo”.

Cerca de 7% do milho da China são produzidos pela Liaoning, onde os portos distribuem o grão de outras províncias do nordeste, incluindo uma das maiores províncias produtoras, como a Heilongjiang.

Após as tempestades de neve que atingiram o norte e o nordeste da China, os embarques de safras foram atingidos. Esta semana, o preço do milho na província de Shandong, principal centro de consumo de grãos no leste da China, saltou de menos de 2.650 Yuanes no início deste mês para 2.890 yuanes, cerca de US$ 451,81.

Já de acordo com a analista do Muagric.com, Li Hongchao, “os agricultores têm o hábito de secar os grãos nos campos e vendê-los aos comerciantes logo após a colheita, quando o tempo está bom. Mas as chuvas e a neve interromperam a atividade”.

Devido às chuvas contínuas, as principais áreas produtoras adiaram o plantio do trigo de inverno para a nova safra, aumentando as preocupações com a produção de alimentos no país mais populoso do mundo. Além disso, com a forte demanda das indústrias e criações, os preços do substituto do milho nas rações, o trigo, também subiram.