Com tensões comerciais aumentando, fluxos de investimento EUA-China despencam para mínima de 9 anos

O investimento entre os Estados Unidos e a China atingiu seu menor nível em nove anos no primeiro semestre de 2020, impactado por tensões bilaterais que podem gerar desinvestimentos de empresas chinesas em operações norte-americanas, apontam dados da consultoria Rhodium Group.

Incluindo os feitos diretamente por empresas e os fluxos de capital de risco, os investimentos entre os dois países recuaram 16,2% para 10,9 bilhões de dólares entre janeiro e junho ante o mesmo período de 2019. O montante também foi afetado pela pandemia de coronavírus, mostra a consultoria.

A redução é significante se comparada aos 40 bilhões de dólares registrados em 2016 e 2017.

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, elevou as medidas para bloquear as empresas chinesas, sob o argumento de riscos à segurança nacional representados por empresas de tecnologia do país asiático.

Entre as ações está colocar a gigante das telecomunicações Huawei Technologies Co Ltd em uma lista de proibições, ameaçar fazer o mesmo com a Semiconductor Manufacturing International Corp, e ordenar que a ByteDance, dona do TikTok, venda o aplicativo.

“Em um momento de crescente desconforto com a integração de tecnologias EUA-China, inúmeras outras empresas – tanto as empresas chinesas que operam nos EUA quanto as empresas norte-americanas com presença na China podem ser forçadas a desinvestir”, disse o levantamento.

O relatório mostra que no primeiro semestre o investimento de empresas norte-americanas na China caiu 31%, para 4,1 bilhões de dólares, ao passo que o investimento de empresas chinesas nos Estados Unidos subiu 38%, para 4,7 bilhões de dólares,

Grande parte do valor veio da compra de participação minoritária no grupo Universal Music por 3,4 bilhões de dólares por um consórcio liderado pela Tencent Music.