Conecte-se conosco

Política

Comissão aprova projeto de impressão e recontagem de votos

CCJ da Câmara dos Deputados.

Publicado

em

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou dia 11 o Projeto de Lei nº 1.169/2015, que prevê a possibilidade de recontagem física de votos em eleições nacionais, estaduais, distritais ou municipais. O texto ainda precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado para se tornar lei.

De autoria do deputado Carlos Henrique Gaguim (União-TO), o projeto propõe mudanças na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) e busca instituir o voto impresso no Brasil, proibindo o uso exclusivo do voto eletrônico. A medida também estabelece a obrigatoriedade de auditorias em votos registrados pelas urnas eletrônicas. A proposta contraria decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que declarou o voto impresso inconstitucional em 2020.

O relatório favorável do deputado José Medeiros (PL-MT) foi aprovado na CCJ por 31 votos a 20. O texto determina que, após o encerramento da votação, 5% das urnas sejam escolhidas por sorteio público para auditoria. Os votos físicos seriam lidos em voz alta e comparados com os registros eletrônicos. Segundo Medeiros, a medida busca “reforçar a credibilidade” do sistema eleitoral e aprimorar sua transparência.

Divergências no debate 

Parlamentares se dividiram em relação ao projeto. A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) defendeu que a medida pode “pacificar o país” ao oferecer maior transparência e confiança ao processo eleitoral. “Precisamos chegar a um meio termo para que os brasileiros tenham confiança no sistema eleitoral. Não quero dizer que, hoje, o sistema tenha falhas, mas esta proposta elimina qualquer dúvida sobre as eleições no Brasil”, afirmou.

Por outro lado, o deputado Helder Salomão (PT-ES) criticou a iniciativa, argumentando que as urnas eletrônicas já são amplamente reconhecidas por sua segurança e eficiência. “Aqueles que questionam as urnas só o fazem quando perdem as eleições. Até hoje, não houve qualquer fato que colocasse em xeque a transparência ou os resultados desde 1996, quando o sistema eletrônico foi implementado”, ressaltou.

Reações da sociedade civil 

Entidades ligadas ao movimento Pacto pela Democracia, como Transparência Brasil e Conectas Direitos Humanos, também se posicionaram contra o projeto. Em nota, classificaram a proposta como um retrocesso que pode alimentar desconfianças infundadas sobre as eleições.

“A iniciativa busca instituir o voto impresso não para fortalecer o processo eleitoral, mas para ampliar a desconfiança em um sistema comprovadamente seguro e íntegro. Desde 2014, grupos antidemocráticos têm promovido narrativas que minam a confiança nas urnas, mesmo diante de relatórios que atestam sua segurança”, alertaram as organizações.

O projeto agora segue para análise no Plenário da Câmara dos Deputados, onde enfrentará novos debates. Caso aprovado, será enviado ao Senado antes de uma eventual sanção presidencial.

(Com Agência Brasil).

Redatora. Formada em Técnico Contábil e Graduada em Gestão Financeira. Contato: simonillalves@gmail.com.

Publicidade

MAIS ACESSADAS