Economia
Como a inflação tem mudado os hábitos de consumo no país
Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 76% dos consumidores tiveram que diminuir a compra de produtos e serviços para conseguir ajustar o orçamento.
Março bateu recordes quando o assunto é inflação, fazendo o poder de compra dos brasileiros cair de uma forma que não víamos há muito tempo.
Veja também: Como a inflação afeta as pequenas empresas?
Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 76% dos consumidores tiveram que diminuir a compra de produtos e serviços pelos quais estavam habituados para conseguir ajustar o orçamento. A pesquisa também mostrou que 71% dos brasileiros precisaram trocar marcas de produtos para mais baratas no último ano.
A pesquisa foi feita via telefone, e contou com 1.950 participantes de 78 cidades do Brasil, e mostrou que 78% dos participantes tiveram que passar a economizar com a alimentação. E entre os principais itens que tiveram de sofrer redução foram as carnes (64%), feijão (36%) e frango (36%).
Entre os entrevistados, 68% respondeu que teve uma queda na qualidade dos alimentos devido a inflação, tendo um índice maior nas classes mais baixas (C, D e E), chegando a 71%. Nas classes mais alta também se teve esta mudança, mas o índice foi um pouco menor, chegando a 52% nas classes A e B.
Entre os outros cortes que os brasileiros tiveram de fazer estão a energia elétrica, que foi economizada por 62% dos entrevistados, o combustível, que foi economizado por 45% e roupas, por 40%.
A pesquisa ainda mostra que sete entre dez brasileiros está se preocupando mais com preço dos produtos e serviços na hora da aquisição, mas apenas 17% chegam a abrir mão da qualidade.
Segundo a OMS, apenas 24,1% dos brasileiros consomem a quantidade recomendada de frutas, legumes e verduras.E a pandemia de Covid-19 piorou a situação de famílias que já não tinham uma alimentação tão adequada, levando-as a um estado de insegurança alimentar, tendo que recorrer a alimentos ultraprocessados que geralmente tem custos mais baixos.
Em 2020, uma pesquisa feita pela Rede Penssan mostrou que 34,7% dos brasileiros estavam em uma situação de insegurança alimentar, e que era mais agravada em lares com predominância de desemprego e emprego informal.
A falta de políticas públicas que garantem uma alimentação de qualidade e os altos valores do mercado acabam gerando situações como esta.
Além do empobrecimento das famílias devido ao cenário econômico caótico que estamos vivendo, a retomada da economia está causando uma falta de tempo na vida das famílias, que muitas vezes deixam o cuidado com a saúde em segundo plano. Mas é importante se conscientizar sobre os malefícios de uma alimentação não saudável para que doenças possam ser evitadas antes de seus aparecimentos.
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