Como a taxa de juros nos EUA influencia na economia do Brasil?

Esta é a dúvida de muitos brasileiros acerca da economia: Por que o que acontece nos Estados Unidos impacta o nosso país? Isso acontece por causa da taxa de juros, que recentemente foi elevada a 0,75 ponto percentual (p.p.) nos EUA, e esse aumento causa um impacto na economia do Brasil através dos investimentos estrangeiros.

O Federal Reserve elevou a taxa de juros a 0,75 p.p. e soma-se como a quinta alta consecutiva de 2022. Mesmo com a alta dos juros no país norte-americano, a taxa pode refletir na economia do Brasil.

Chama-se de “super quarta” quando a Federal Reserve (o Banco Central Americano ou Fed) e o BC (Banco Central) resolvem anunciar sobre os juros na mesma data, o que indica que novos rumos serão tomados por autoridades monetárias para os meses sucessores.

A alta dos juros nos EUA causa um impacto em todo o mundo e, consequentemente, a economia brasileira também é atingida. Os preços das ações da Bolsa de Valores e a flutuação do câmbio são afetados tanto quanto os investimentos.

Efeitos da alta de juros nos Estados Unidos da América que causam impacto nos investimentos do Brasil

Os ativos brasileiros são impactados pela alta na taxa de juros dos EUA, tornando-se menos atrativos para investidores de outros lugares do mundo. Isso acontece porque, aumentando as taxas nos EUA, há um incentivo maior para que sejam aplicados investimentos no Tesouro americano, que passam mais segurança e oferecem baixos riscos de perdas.

Quando os juros dos EUA sobem, os títulos que são do Tesouro dos EUA, que já são mais atraentes para os investidores, tornam-se mais vantajosos, gerando um maior fluxo de investimento para este mercado.

Já a aplicação em países de economia como no Brasil é vista como um risco maior por conta da instabilidade do mercado: com uma quantidade menor de capital, ainda existe a chance da negociação em ações brasileiras diminuírem por ficarem instáveis.

“Quanto mais o BC americano subir juros, menor o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, e esse diferencial menor acaba sendo importante para determinar, por exemplo, a cotação do real”, afirma o sócio e economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Barros, em entrevista concedida ao InfoMoney, e conclui: “começa a ficar menos interessante para o investidor estrangeiro aplicar no Brasil ou em outros países emergentes”.

O Real sofre pressão no mercado

“O real tende a ficar mais pressionado por essa taxa de juros mais alta do Fed”, aponta Gabriel Barros. “Em condições normais, isso é uma pressão contra a valorização do real. Quanto maior a taxa de juros do Fed, menor o espaço para a apreciação do real.”

Com a crescente de investimentos nos EUA, o dólar passa a ser mais valorizado que outras moedas, em especial as moedas dos países emergentes. Se os investidores se concentram em outros mercados, saindo do Brasil, a moeda dos EUA passa a ter menor quantidade; e quanto mais escassa, mais alto será o valor sobre o Real.