Economia
Crise mundial de liquidez ‘coloca em xeque’ economia nacional
Segundo o presidente do BC, aperto monetário global ameaça estabilidade brasileira
No momento em que os poderes constituídos da República tupiniquim se debatem em torno do equilíbrio fiscal e da, cada vez mais, pretensiosa meta de déficit zero para o ano que vem, o sempre atento presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, lança um alerta capaz de mudar as diretrizes da política econômica de ‘Pindorama’, no sentido de reforçar a necessidade de um forte ajuste fiscal, já a partir do ano que vem.
A constatação ‘explosiva’ do ‘xerife do real’ é de que o elevado endividamento do chamado ‘Primeiro Mundo’ (EUA, Europa e Japão), deverá ‘sugar’ toda a liquidez do mercado no curto prazo, o que implicará mais ‘aperto monetário’ e migração crescente de capitais rumo a economias mais desenvolvidas, em meio à uma escalada de aversão ao risco sem precedentes no planeta. Tal ‘fuga’ de investidores deverá, portanto, afetar duramente as economias emergentes, como a do Brasil.
“Para o mundo emergente significa que haverá menos liquidez disponível cumulativamente. Haverá impacto maior a partir do começo de 2024”, projetou Campos Neto, para quem será necessário que países emergentes, inclusive o Brasil, “façam o dever de casa”.
Propenso a dar um ‘choque de realidade’ ao investidor nacional, o presidente do BC argumenta que a situação atual é inédita: “O mundo desenvolvido está muito endividado, consumindo muitos recursos para rolar sua dívida”, observou, ao destacar que, atualmente, há uma grande ‘sangria’ de recursos da China.
Na ‘gênese’ do problema, Campos Neto lembra que o gasto muito elevado efetuado pelos países, por conta da pandemia, ainda não foi revertido, além de estar ‘fora de sintonia’ com a política monetária do período pós-pandêmico. “O problema fiscal, que é algo que falamos muito no Brasil, está muito no mundo desenvolvido. Por isso é importante fazer o dever de casa”, reiterou.
No caso específico dos EUA, a pátria ianque teria extrapolado, nos últimos anos, os gastos com defesa, assim como elevou exponencialmente seus custos com programas industriais, referentes a semicondutores e de infraestrutura. Ao considerar ‘explosiva’ a atual dívida estadunidense, Campos Neto revela que esta teria saltado de 20% a 45% do PIB, em 2011, para algo em torno de 97% do PIB, atualmente.
Outro fator de demanda crescente de recursos, aponta o dirigente monetário, seria a adaptação climática. “Estamos entendendo melhor os custos. Alguns países estão adiando algumas coisas ou repensando como fazer, não porque não deva ser feito, mas pelo custo alto e pela dívida alta”, comentou. Nesse aspecto, Campos Neto estabelece uma distinção entre países desenvolvidos e em desenvolvidos. “Alguns emergentes e alguns países de baixa renda não têm capacidade de investir o que é necessário”, finalizou.

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