Bancos

Dados bancários poderão ser concentrados em uma nova rede social, diz BC

Digitalização das operações segue firme

Publicado

30/06/2021 às 14:30

Por

Saiba quem pode sacar dinheiro da conta bancária de um familiar falecido

Os dados bancários poderão ser concentrados em uma nova rede social. A afirmação é do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Ele falou em um evento interno da Folha de S. Paulo e, enquanto tratava do open banking, disse que os dados produzidos são um ativo muito valioso, difícil de ser mensurado, pois geram receita e não pagam imposto.

“Qual vai ser a intermediação financeira do futuro? Por qual canal? As pessoas vão entrar no banco via mídia social ? Vão virar um canal só?”, questionou o executivo.

Na opinião de Campos Neto, o mercado financeiro ainda tenta prever como será a intermediação monetária do futuro. Uma das possibilidades é a de acessar seu banco por meio das redes sociais ou que ocorra a fusão desses canais.

Bancos se preparam para estender carência aos clientes por conta da 2ª onda da pandemia

Prédio do Banco Central em Brasília

Dados Bancários

Ainda de acordo com o presidente do BC, é notória a entrada das empresas de redes sociais e de tecnologia na área das finanças. “No Brasil temos o WhatsApp Pay, e em outros países vemos movimentos parecidos. Há uma disputa no mercado de dados”, disse.

E acrescentou: “um novo sistema deverá, necessariamente, garantir a proteção e autonomia dos usuários e seus dados.”

Ele também trouxe à luz o tema sobre como monetizar os dados e gerar dinheiro. “Isso porque a informação é muito relevante, visto que grande parte do negócio é o quanto eu conheço meu cliente. Se eu conheço [o consumidor], posso oferecer produtos melhores, sob medida. Além disso, conheço o risco, posso apreciar melhor. Isso vai fazer com que os preços dos produtos caiam”, frisou.

Também disse que a redução nos juros e tarifas não serão instantâneas, opina. “Tenho certeza que vamos continuar nesse movimento de queda da concentração e redução do spread [diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que eles cobram em empréstimos]. O open banking em si tem um efeito mais a longo prazo. Em outros países mais avançados no novo sistema há frustração porque o custo não caiu tão rápido, mas vemos novos modelos de negócio”, disse.