De olho no leite em pó: produtores rurais na mira do governo

Em um país como o nosso, em que a pecuária desempenha um papel fundamental na economia e no abastecimento alimentar, as atenções se voltam para as mudanças que estão sendo discutidas em um setor tão importante para a nação e os próprios produtores.

O leite é uma das commodities mais essenciais por aqui, encontrando seu caminho em nossas mesas sob diversas formas, incluindo o controverso leite em pó.

Governo quer comprar leite em pó

Desde a redução das taxas de importação do leite e de demais produtos lácteos, que foi instituída ainda no governo Bolsonaro, as compras externas desses alimentos e produtos aumentaram, o que fez com que a cadeia leiteira brasileira desvalorizasse bastante.

Como se não bastasse, os custos e preços dos insumos continuam bastante elevados, em níveis históricos, para ser mais específico, mesmo com a redução atual das cotações dos grãos, como o próprio milho que é utilizado para alimentação animal. Assim, as margens da pecuária leiteira estão cada vez mais sob pressão.

Com tudo isso em mente, a indústria e os próprios pecuaristas se uniram, visando solicitar apoio do governo federal, que, por sua vez, começa a dar passos nessa direção. Na última semana, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, divulgou que o governo irá adquirir leite em pó a preços de varejo.

Com essa medida emergencial, a administração federal demonstra um auxílio importante para os produtores nacionais, muitas vezes agricultores familiares, que atualmente enfrentam muita dificuldade, principalmente com a concorrência de demais países do Mercosul.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Ministério da Agricultura e Pecuária, em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), reuniram 200 milhões de reais como recurso para fomentar a comercialização do leite em pó, que deverá ser distribuído em programas sociais e merendas escolares.

Em entrevista para a revista Exame, Fávaro afirmou:

“A medida pretende apoiar os preços do leite para dar rentabilidade às cooperativas e aos produtores. O produto será distribuído na merenda escolar e nos programas sociais.”