Conecte-se conosco

Tecnologia

De volta ao passado? Cientista dos EUA diz ter criado uma máquina do tempo

Protótipo desenvolvido por Ronald Mallett é baseado na Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, e inspira-se nos buracos negros em rotação.

Publicado

em

viagem no tempo

A noção de viajar no tempo já rendeu muita especulação no meio científico. É algo que gera tanta curiosidade que já foi até mesmo o tema central de muitos roteiros de filmes e seriados. O que era visto como ficção, no entanto, parece ter chegado a um ponto próximo da realidade.

O pesquisador Ronald Mallet, de 77 anos, e ex-professor de Física da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, divulgou, recentemente, que conseguiu desenvolver uma máquina de laser capaz de promover a tal viagem no tempo.

Apaixonado pelo tema desde a infância, quando seu pai morreu, Mallet tem trabalhado em uma máquina que usa lasers rotativos. Ela é baseada, segundo ele, na Teoria da Relatividade de Albert Einstein, de 1905, que classifica o espaço-tempo como relativo.

Inspiração para salvar o próprio pai

Aos 10 anos, após perder o pai, o cientista conta que leu o livro “A Máquina do tempo”, de H. G. Wells. Ele começou a pesquisar sobre o tema, pois ficou obcecado em querer voltar ao passado para salvar o pai, vítima de infarto.

A grande inspiração de Mallett para criar a tal máquina foram os chamados buracos negros em rotação, que são capazes de permitir o que a ciência classifica como arrasto de quadro ou arrasto de espaço-tempo.

Isso acontece porque os buracos negros possuem dois horizontes de evento, um externo e outro interno. Teoricamente, a máquina criada pelo cientista teria o poder de dobrar o tempo, permitindo viajar até no máximo para o momento em que ela foi ligada.

Como a máquina funciona?

Para desenvolver a máquina, Mallett teve a ideia de criar um buraco negro artificial. O cientista acredita que um laser circular e que gire de maneira contínua é capaz de criar um campo gravitacional que possibilita loops no tempo.

O protótipo desenvolvido por ele libera feixes de luz de rotação contínua e está ligado desde 2019. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Mallett disse que “se a luz pode criar gravidade e se a gravidade pode afetar o tempo, a própria luz pode afetar o tempo“.

Críticos

Alguns críticos, no entanto, já reagiram às falas do cientista. Eles alegam que, para funcionar, a máquina do cientista teria que ser tão grande quanto o próprio Universo, ou seja, algo impossível de acontecer.

Apesar disso, o físico demonstra-se otimista e se compara aos irmãos Wright, que teriam criado o avião:

Primeiro, eles realmente construíram um túnel de vento para determinar as melhores configurações para as asas das aeronaves. Quando se trata de uma máquina do tempo, precisamos construir o túnel de vento antes de pensarmos na construção do avião“, disse em entrevista ao The Guardian.

Para Mallett, pensar no tamanho da máquina do tempo agora seria como pedir aos irmãos Wright para pensarem, de imediato, logo após o primeiro voo, sobre como levar a humanidade à Lua.

Defesa do conceito

O cientista se defende das crítica dizendo que, independentemente do tamanho, o conceito já está pronto e envolve lasers rotativos.

Ele aposta na própria ideia, mas já sabe que será impossível viajar tão longe no tempo quanto ele gostaria, que seria para 1955, quando seu pai faleceu.

Se a máquina funcionar, ela permitirá voltar somente até 2019, quando o loop foi acionado e ela foi ligada pela primeira vez.

Esperança para eventos recentes?

Mallet segue esperançoso, apesar dessa limitação temporal. Ele aponta, principalmente, o que seria possível fazer em relação a eventos recentes da história, como a pandemia da covid-19 e catástrofes naturais.

Vamos supor que já tivéssemos esse aparelho funcionando há alguns anos, e agora temos remédios que podem curar a covid. Imagine se pudéssemos prever com precisão quando ocorrerão terremotos ou tsunamis. Então, para mim, abri a porta para essa possibilidade“, acredita o cientista.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

Publicidade
Clique para comentar

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

MAIS ACESSADAS