Commodities
Demanda aquecida da China conduz à alta do minério de ferro
Ao atingir máxima, em oito meses, commodity exibe valorização de 1,04% na Bolsa de Dalian, nesta sexta
A melhoria de qualidade dos dados da commodity, além de uma expectativa positiva quanto à demanda por aço (sobretudo pelo maior fabricante mundial, a China) conduziram os preços à sua maior máxima, em oito meses.
Como reflexo desse cenário favorável, os contratos futuros de minério de ferro para maio registrarem alta de 1,04% a 919 iuanes (US$ 133,15) a tonelada, na Bolsa de Mercadorias e Futuros da Bolsa de Dalian (China), correspondendo a um pico de cotação, desde julho de 2022. Mais moderado, mas também positivo foi o movimento da commodity na Bolsa de Cingapura cujo contrato de referência para abril avançou 0,1%, para US$ 126,5 a tonelada.
O quadro atual apresenta usinas com viés de aumento de produção, embora seus estoques estejam em níveis relativamente baixos, o que sustenta os preços do minério de ferro, conforme admite um trader do insumo siderúrgico de Xangai (China), que preferiu não se identificar.
Ao mesmo tempo, por outro critério, a taxa operacional de alto-forno de 247 siderúrgicas pesquisadas na China exibiu patamar de 81,07%, nesta sexta-feira (3), o que corresponde à uma alta anual acumulada de 6,35%, conforme estudo da consultoria Mysteel.
Informações dão conta de que os estoques do item no porto de Dalian, apresentaram queda de 2,23 milhões de toneladas, para em torno de 140 milhões de toneladas.
De acordo com um analista de minério de ferro de Xangai (China), a elevação dos preços do aço não vem ocorrendo na mesma intensidade que as matérias-primas, o que demanda a necessidade de as usinas siderúrgicas buscarem ampliar sua margem de lucros.
Ao mesmo tempo, a demanda crescente pela commodity, por parte das siderúrgicas, tem sustentado os preços do coque, enquanto a maior oferta do carvão metalúrgico deprimiu o valor deste, com o coque avançando 0,46% e o carvão metalúrgico recuando 1,01%.
Indicador relevante da atividade, o Índice de gerentes de compras (PMI) da indústria da China passou a 52,6 em fevereiro último, traduzindo a ‘leitura’ mais alta, desde abril de 2012. Outro dado substancial diz respeito à produção total de aço do gigante chinês, que atingiu 1,018 bilhão de toneladas no ano passado, o que corresponde a uma redução de 1,7%, no comparativo anual.
Na avaliação do analista sênior de minério de ferro da consultoria Mysteel. Yu Chen, “acreditamos que os dados, melhores do que o esperado, injetaram alguma confiança no mercado. Além disso, a expectativa de melhoria contínua na demanda downstream (de aço) deu suporte aos preços das matérias-primas, incluindo minério de ferro”.
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