Demanda fraca de aço e estoques no fim colocam minério em ‘queda livre’

Após um ‘esboço’ de valorização, na reta final da semana passada, as cotações futuras do minério de ferro entraram em ‘queda livre’, na sessão desta segunda-feira (25), por conta da crescente preocupação dos investidores com a demanda fraca de aço da China (maior produtora mundial), em meio ao fim do ciclo de reposição de estoques da commodity, em plena temporada de ‘pico’ da construção civil, cujos estímulos pelo governo de Pequim ainda não se concretizaram.

Para complicar, ainda mais, a situação, tais fatores influem no mercado do insumo siderúrgico, às vésperas do feriado, que se inicia na próxima sexta-feira (29), que servirá para celebrar o festival do meio do outono e o Dia Nacional do gigante asiático.

Em consequência, o minério de ferro mais negociado para janeiro próximo pela bolsa de mercadorias e futuros de Dalian (China) encerrou as negociações do dia com uma queda de 2,03% a 844,5 iuanes ou US$ 115,5 a tonelada, sua mais baixa cotação desde 11 de setembro. Ao mesmo tempo, na bolsa de Singapura, o ‘tombo’ foi de 4,23%, a US$ 116,05 a tonelada, seu menor patamar desde 11 de setembro.

Também convergiram para a ‘rota descendente’ outros ingredientes de fabricação de aço, como o carvão metalúrgico DJMcv1 e o coque em Dalian, que recuaram 0,84% e 0,74%, respectivamente.

Para o analista da corretora internacional FIS (com sede em Xangai), Pei Hao, “torna-se cada vez mais claro que a demanda atingiu o teto, em meio às vendas de aço mais fracas do que o esperado para setembro e outubro, e após o fim do reabastecimento de matérias-primas para atender às necessidades de produção durante o feriado de uma semana que se aproxima”.

Em nota, analistas do ANZ Bank acentuaram que os preços da commodity vêm sendo influenciados pelas “preocupações com uma política monetária mais rígida”.

A exemplo disso, na última sexta-feira (22), autoridades do Federal Reserve (Fed) – bc ianque – sinalizaram que novos aumentos das taxas de juros serão aplicados, medida anunciada após estas mesmas autoridades votarem a favor da manutenção da atual taxa de referência dos fundos federais.

Ícone das dificuldades, até agora, insolúveis, que cercam o setor imobiliário chinês, a gigantesca incorporadora Evergrande anunciou que está impossibilitada de emitir novas dívidas, em decorrência de uma investigação aberta para apurar possíveis irregularidades em uma de suas subsidiárias.