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Dólar supera os R$ 5,65 e gera preocupação fiscal

Moeda norteamericana chega a R$ 5,6389 na venda e levanta mais preocupações sobre a saúde fiscal do Brasil.

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Em meio a pessimismo dos investidores sobre a saúde fiscal do Brasil, o dólar chegou a superar a marca de R$ 5,65 nesta quinta-feira (2). A moeda disparou especialmente após o Senado derrubar o veto que impede o reajuste salarial dos servidores públicos.

A moeda norteamericana bateu os R$ 5,6389 na venda às 10:29 desta manhã. Já na máxima do dia, seu valor saltou mais de 2%, chegando a R$ 5,6544, o maior patamar intradiário desde 21 de maio. O principal contrato de dólar futuro estava em R$ 5,647, disparada de 1,56%.

O governo federal havia estabelecido a proibição da concessão de aumentos como contrapartida ao auxílio de R$ 60 bilhões destinado a Estados e municípios para enfrentamento da pandemia. Para que o veto seja derrubado, é necessária a aprovação da Câmara dos Deputados.

Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, afirmou que o “O clima está bem pesado”.  Para ele, a derrota no Senado traz risco fiscal ao Brasil. “Em meio a conversas sobre extensão do auxílio emergencial, isso vai continuar prejudicando as contas públicas”, disse.

“Se realmente a Câmara confirmar a derrubada desse veto, não acharia estranho ver o dólar voltar a buscar os R$ 5,80”, acrescentou o economista.

Para ele, Paulo Guedes é a figura que tem preservado a moeda do Brasil. Além dos fatores já citados, rumores de uma possível demissão do ministro da Economia também mexeram com os mercados. Guedes e Bolsonaro já desmentiram o boato, reafirmando que continuarão trabalhando juntos.

O diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme, afirmou que “está caindo a ficha, e, então, se constata que grande parte das projeções e perspectivas precipitadamente assumidas para construção de ambiente otimista não têm sustentabilidade, e que o país pode estar simplesmente insinuando o ‘voo da galinha'”.

“O dólar é o fator que demonstra mais imediatamente os reflexos de preocupação com o agravamento da questão fiscal e, assim, na medida em que aumenta a percepção de risco, repercute no seu preço e se descola do comportamento externo da moeda americana”, acrescentou Nehme.

Hoje (20), a moeda brasileira registou o pior desempenho em relação ao dólar considerando mais de 30 moedas de todo o mundo.

O Banco Central fará leilão de swap tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021 em operação de rolagem.

Ainda para Victor Beyruti, “O BC muito provavelmente deve anunciar intervenção, e o mercado vai precisar de mais proteção. O Banco Central tem tentado conter essa volatilidade devido às expectativas e pânico”. Segundo ele, sozinho o BC não é capaz de fazer com que o dólar retorne a um patamar mais baixo.

Na última sessão, o dólar negociado no mercado interbancário fechou a R$ 5,5309 reais na venda, alta de 1,14% que representa o maior patamar desde 22 de maio.

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