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Agronegócio

É verdade que o cultivo de abacates ameaça o meio ambiente?

Dados mostram os impactos da produção.

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O abacate é uma fruta versátil que combina tanto com pratos doces como salgados. Por isso, é utilizado em várias receitas e se destaca por ser rico em vitaminas, sais minerais e gorduras insaturadas.

No entanto, a produção de abacates depende muito de fertilizantes e combustíveis fósseis, resultando em altas emissões de gases do efeito estufa.

Apesar de nutritiva, produção da fruta é nociva ao meio ambiente – Foto: Reprodução

Produção de abacates prejudica o meio ambiente?

Depende do ponto de vista. Enquanto a pegada de carbono do abacate é significativamente maior do que a de outras frutas, como bananas e maçãs, é muito menor se comparada à de produtos de origem animal.

Para se ter noção: um quilo de abacate gera aproximadamente 2,5 kg de CO₂, o equivalente a mais que o dobro da pegada de uma banana e cinco vezes a de uma maçã. Já um quilo de carne bovina, por exemplo, emite cerca de 50 kg de dióxido de carbono na atmosfera, além de 2 kg de metano.

Outro aspecto a ser considerado é o transporte dos abacates, principalmente por navio, que contribuem menos para a pegada de carbono do que seu cultivo.

No entanto, o deslocamento marítimo apresenta riscos, como congestionamentos e interrupções logísticas, exacerbados pela crise climática.

Esse fator reforça a importância de consumir alimentos de fontes locais para aumentar a resiliência alimentar.

Outro fator relevante a considerar: uso de água

A produção de abacates também demanda cerca de mil litros de água a cada quilo da fruta, o que é problemático em regiões com escassez hídrica, como o México. Afinal, a irrigação intensiva pode limitar o acesso à água para a população local, agravando a crise hídrica.

Outro ponto é que a produção em monoculturas de abacates, focada na exportação, substitui plantações diversificadas tradicionais, aumentando a vulnerabilidade a pragas e doenças.

Isso leva ao uso intensivo de pesticidas e fertilizantes, prejudicando a biodiversidade, a qualidade do solo e a saúde humana.

Em algumas regiões, o desmatamento para novas plantações ameaça habitats de animais em extinção. Mas não para por aí: os impactos humanos também são significativos.

Embora o comércio de abacates possa gerar renda aos produtores locais, eles enfrentam consequências ambientais e, em alguns casos, o envolvimento do crime organizado e abusos dos direitos humanos.

Em Michoacán, também no México, aldeias já proibiram o cultivo de abacates devido aos problemas associados.

Como diminuir os impactos, afinal?

Apesar de os dados serem assustadores, é possível mitigar tais impactos. Para isso, os consumidores podem optar por abacates de comércio consciente ou produção orgânica.

Apesar disso, tais métodos ainda enfrentam desafios de certificação e altos custos para pequenos agricultores.

Natália Macedo é graduada em Jornalismo, possui MBA em Comunicação e Jornalismo Digital. Mineira de Belo Horizonte, é apaixonada pelo Universo Geek e pelo mundo da música e entretenimento. Além disso, ama escrever e informar de maneira leve e democrática.

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