Economia
Economia cresce 0,3% em maio, segundo Monitor do PIB da FGV
Fundação Getulio Vargas.
A economia brasileira registrou um crescimento de 0,3% de abril para maio, impulsionada pelo consumo interno. Em comparação com maio de 2023, houve uma expansão de 1,3%, e nos últimos 12 meses, o aumento foi de 2,4%. Esses dados foram divulgados ontem pelo Monitor do PIB do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Monitor do PIB serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), representando o total de bens e serviços produzidos no país durante um determinado período.
Juliana Trece, coordenadora da pesquisa, destacou que o consumo das famílias foi um dos principais motores da atividade econômica em maio.
“O crescimento da economia em maio, em comparação com abril, foi fortemente influenciado pelo consumo das famílias, que registrou a maior alta do ano. Os investimentos também cresceram nesse período, refletindo uma demanda interna aquecida,” afirmou Trece.
Monitor do PIB
No entanto, Trece observou que a capacidade produtiva do país não acompanhou a força da demanda interna. “Dentre as três grandes atividades econômicas, apenas a agropecuária cresceu, enquanto a indústria e o setor de serviços permaneceram estáveis.”
Quando a demanda por bens e serviços supera a oferta, isso pode gerar pressão inflacionária. Contudo, a coordenadora disse à Agência Brasil que o descasamento observado em maio “foi um evento pontual.”
“É mais um alerta do que um fato consolidado. Se esse padrão continuar nos próximos meses, aí sim poderemos ver uma pressão da demanda sobre a capacidade produtiva, o que pode elevar a inflação,” explicou.
Comportamentos Econômicos
O estudo da FGV analisa indicadores que compõem o PIB em intervalos trimestrais, proporcionando uma compreensão mais clara da trajetória dos dados e evitando “pontos fora da curva.”
No trimestre móvel encerrado em maio, o consumo das famílias cresceu 4,6% em relação ao mesmo período de 2023, impulsionado pelo consumo de serviços e produtos não duráveis. No entanto, o resultado, apesar de positivo, indica uma desaceleração em relação ao início do ano.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que reflete o nível de investimento em aquisição de máquinas e equipamentos, registrou um avanço de 4,5% no trimestre móvel em comparação com o mesmo período do ano anterior. A taxa de investimento da economia brasileira em maio foi de 18%, ligeiramente acima da média histórica de 17,9% desde 2000.
As exportações cresceram 3,2%, mas esse aumento foi menor do que no trimestre encerrado em abril, quando a expansão foi de 8,5%. A queda nas vendas de produtos agropecuários para outros países desacelerou as exportações.
As importações aumentaram 10,3%. Embora as importações não contribuam para o aumento do PIB, elas indicam uma demanda interna forte, mas também significam que bens e serviços que poderiam ser produzidos internamente estão sendo supridos por outros países.
A FGV estima que o PIB brasileiro de maio seja de R$ 4,528 trilhões.
(Com Agência Brasil).
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