Tecnologia
Em 1998, telefone fixo custava até US$ 5 mil. O que mudou na telefonia brasileira?
Privatização da telefonia no Brasil, que tem mais 25 anos, transformou o cenário das telecomunicações.
Mais de duas décadas e meia se passaram desde que o setor de telecomunicações brasileiro foi privatizado, mudando drasticamente a realidade da telefonia no país. Naquela época, ter um telefone fixo era um sinal de status, com linhas que podiam custar até US$ 5 mil. Hoje, a situação é bem diferente.
Em 1998, o Brasil possuía 17 milhões de linhas fixas e apenas 4,6 milhões de celulares. Atualmente, existem 235,5 milhões de linhas de celular ativas, superando a população nacional.
A privatização teve um papel crucial no aumento da acessibilidade e diversidade dos serviços de telecomunicações, enquanto a tecnologia transformou a dinâmica do setor.
Impacto da privatização no setor de tele
A quebra do monopólio da Telebrás foi o ponto de partida para a democratização do acesso às telecomunicações.
Conforme Juarez Quadros, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a privatização trouxe concorrência e inovação para o setor, eliminando as longas filas de espera por linhas telefônicas.
Além disso, houve uma mudança significativa nas fontes de receita das empresas de telecomunicações. Atualmente, os dados móveis representam 62,1% do faturamento, enquanto os serviços de voz caíram para 37,9%. Isso marca uma inversão em relação a 2012, quando a voz dominava as receitas.
Transformação tecnológica
Com a expansão da tecnologia, os brasileiros agora têm 28,7 milhões de acessos fixos à internet e um impressionante número de 204,1 milhões de conexões móveis. Entretanto, desafios ainda permanecem, como a necessidade de levar a cobertura de internet a áreas rurais e rodovias.
A banda larga fixa atende apenas 44% dos lares, destacando a lacuna de conectividade que ainda precisa ser preenchida. A Anatel aponta que é fundamental reduzir o foco arrecadatório nos leilões para aumentar os investimentos em infraestrutura.
Desafios e perspectivas
A carga tributária do setor é outro desafio que precisa ser solucionado, alcançando 46% sobre as receitas. Eduardo Levy, do Sinditelebrasil, argumenta que o governo retém quase metade dos ganhos sem nenhum risco associado.
Para melhorar a infraestrutura e a qualidade dos serviços, é essencial que políticas públicas sejam redefinidas. Isso inclui a modernização da Lei Geral das Telecomunicações de 1997 e a implementação de novas diretrizes que priorizem investimentos em áreas carentes.
Enquanto a privatização da telefonia no Brasil foi um marco significativo, impulsionando o acesso e a inovação, ainda há trabalho a ser feito. A evolução contínua do setor dependerá de políticas eficazes e da redução da carga tributária para atender plenamente às demandas da população.
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