Crise na Shopee: líderes da empresa ficam sem salário nos próximos meses

A Shopee andou passando por algumas ações de contenção de gastos para superar a crise fora do Brasil, porém, parece que não vem adiantando. Em um e-mail enviado a seus funcionários, o fundador da empresa, Forrest Li, anunciou que o cinto vai apertar ainda mais.

Segundo ele, é preciso economizar dinheiro em operações para que essa “tempestade” acabe logo. Para isso, ele comentou sobre algumas medidas que devem ser adotadas, para que assim os gastos sejam diminuídos.

As principais medidas estão relacionadas com seus funcionários, e entre elas, está a limitação do preço de hospedagens para US$ 150 a diária, e a escolha do padrão de passagem como classe econômica.

Li também limitou as refeições de seus funcionários em casos de viagens internacionais, onde só poderão gastar US$ 30 por refeição. Ele ainda aconselhou que os empregados utilizem o mais barato que os locais disponibilizam.

Mas o pior de tudo é a suspensão dos salários dos líderes, que não receberão nos próximos meses. Essa realidade se sustentará até que a empresa tenha um fluxo de caixa positivo.

Em uma tentativa de acalmar os ânimos, o empresário revelou que possui uma boa quantia em dinheiro que está segura, mas caso essas medidas não sejam adotadas, essa quantia pode se extinguir rapidamente.

Em agosto, a empresa apresentou os números do segundo trimestre, e eles não foram nada empolgantes. Isso porque a Shopee apresentou um prejuízo líquido de US$ 569,8 milhões. Porém, a receita da empresa teve um aumento de 29%, o que não muda muita coisa no cenário atual.

Estes resultados ruins podem ter sido um dos principais motivos do fechamento da empresa em países como Argentina, Colômbia, Chile e México. Sedes presentes na Índia, França e Espanha também foram fechadas anteriormente. Além dos fechamentos, também houve redução dos quadros de funcionários em países como Tailândia, Indonésia e Vietnã.

De acordo com o diretor executivo da Shopee, o motivo de tantos fechamentos e corte de funcionários é a “atual incerteza macroeconômica elevada”. Ele também acredita que o foco da empresa deveria ser nas principais operações.

Diferente do restante dos países, o Brasil continua muito forte com a empresa, e por este motivo ela não pensa em encerrar os serviços por aqui. Nos últimos dados, a empresa mostrou um crescimento de 270% na receita em relação ao ano passado no país. E ao contrário do que vem ocorrendo em outros locais, em junho a empresa abriu mais cinco centros de distribuição só em São Paulo.