Em discurso na ONU, Bolsonaro sinaliza limitações em leilão para 5G

Em discurso feito na abertura da 75ª Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro indicou que pode impor restrições sobre o leilão de tecnologia 5G no Brasil.

“O Brasil está aberto para o desenvolvimento de tecnologia de ponta e inovação, a exemplo da Indústria 4.0, da inteligência artificial, da nanotecnologia e da tecnologia 5G, com quaisquer parceiros que respeitem nossa soberania e prezem pela liberdade e pela proteção de dados”, disse o presidente.

O certame está previsto para primeiro semestre de 2021 após vários adiamentos. O leilão ainda não tem regras definidas e caberá a Bolsonaro decidir se a chinesa Huawei participará ou não do evento.

O presidente afirmou no início deste mês, durante uma live, que a decisão cabe a ele. “Olha só, temos o negócio do 5G pela frente. Deixar bem claro, quem vai decidir o 5G sou eu, não é terceiro, ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem pressionando o governo brasileiro para remover empresas chinesas do processo. A tendência é de que o Brasil siga as instruções já Tump, dado o alinhamento já conhecido de Bolsonaro com ele.

Contudo, a Huawei é atualmente a maior produtora de equipamentos com tecnologia 5G e costumam oferecer a menor preço, o que desperta o interesse de empresas brasileiras de telefonia, que pedem por sua inclusão no leilão.

Ainda em seu discurso, Bolsonaro afirmou que a pandemia mostrou que o mundo não pode depender da produção de insumos em apenas alguns países, citando a hidroxicloroquina. O presidente defende o medicamento para uso contra a Covid-19 mesmo sem comprovação científica de sua eficácia.

“A pandemia deixa a grande lição de que não podemos depender apenas de umas poucas nações para a produção de insumos e meios essenciais para nossa sobrevivência. Somente o insumo da produção de hidroxicloroquina sofreu um reajuste de 500% no início da pandemia”, completou.