Economia
Em tempo de alta volatilidade, ‘bonds’ são boa alternativa a investidores
Lastreados em dólar, títulos de dívidas, emitidos por empresas ou governos, dão mais segurança para investimentos
Em tempos incertos, de alta volatilidade, como o atual, o investimento em ‘bonds’ (títulos de dívidas emitidos por empresas ou governo estrangeiros) podem ser uma boa alternativa de proteção (hedge) do dinheiro, em tempos de instabilidade, como o atual, pré-eleitoral, com direito à farra fiscal.
Tendência favorável – Essa atratividade tende a ficar maior para o investidor brasileiro (sobretudo aquele mais qualificado), sobretudo para bonds lastreados em dólar, tendo em vista à já fartamente anunciada alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, que deverá começar em março próximo, já com um ‘tranco’ de, ao menos, meio ponto percentual sobre o patamar atual, de 0,25%.
Selic é ‘empurrão’ – Também contribuem para elevar o interesse do mercado nos ‘bonds’ a contínua elevação da taxa básica de juros (Selic), já alçada a 10,75% ao ano, por parte do Comitê de Política Monetária (Copom), na tentativa de deter a escalada da inflação, que totalizou 10,38% nos últimos 12 meses, contados até janeiro último.
Juros semestrais – Entre as vantagens oferecidas pelos bonds, o gestor de investimentos da Stratton Capital, Marcelo Cabral assinala que os emissores dessas dívidas têm de pagar juros semestrais, de modo a devolver o retorno pelo investimento previsto no vencimento do papel
Petrobras é opção – Como exemplo, Cabral cita os títulos da Petrobras em dólar – hoje com rentabilidade entre 4% e 5% ao ano – que podem oferecer taxas, tanto bem atrativas, quanto pouco atrativas, daí a necessidade de acompanhamento constante do investidor.
Entraves ao investimento – Apesar da atratividade, os investimentos em títulos de renda fixa em dólar não costumam ser tão acessíveis aos investidores brasileiros, admite o gestor da Stratton, ao lembrar que estes precisam possuir conta no exterior para que seu dinheiro possa ser alocado nessa classe de ativos, além de desembolsar um valor bastante elevado para realizar o investimento. “O valor mínimo vai depender da corretora que pode variar de a US$ 50 mil a US$ 3 milhões”, destaca.
Sem impacto – Como já está precificado pelo mercado, o sócio e trader de área de renda fixa da XP, Arthur Totti, entende que o reajuste dos juros estadunidenses não deve exercer impacto significativo nessa classe de ativos, ao ressaltar que “os bonds em dólar seguem com rentabilidade muito mais atrativa do que outros títulos em renda fixa no Brasil, como as debêntures”. “
Definição difícil – Além disso, Totti acrescenta que a volatilidade expressiva do atual ano eleitoral “torna muito difícil definir o patamar dos bonds em dólar, que continua a ser uma oportunidade interessante”. Pelos seus cálculos, com a variação cambial esperada, o retorno financeiro para o investidor nacional poderá ser o dólar mais 5% ao ano, o que reforça a proteção dos recursos em moeda forte.
Lançamento de BDRs – Em sequência à ideia de ‘tornar qualquer tipo de investimento mais acessível a um número maior de investidores, a B3 (B3SA3) anunciou, semana passada, o lançamento de seis BDRs (Brazilian Depositary Receipts) lastreados em ETFs de renda fixa listados em bolsas norte-americanas, feito em parceria com a Black Rock, investimento, no entanto, restrito àqueles que dispõem de capital investidor superior a R$ 1 milhão.
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