Ações, Units e ETF's
Empresas buscam capitalização como ‘blindagem’ contra crise
Ofertas subsequentes de ações (folow on) devem atingir R$ 12 bi
Volatilidade externa e risco político-fiscal interno à parte, a grande expectativa do mercado, para as próximas semanas, é de que sejam feitas ofertas subsequentes de ações (follow on), no montante estimado em R$ 12 bilhões, o que mostra a preocupação das empresas de se capitalizarem preventivamente, diante do risco de uma piora de cenário ou, ainda, para se capacitarem a futuras aquisições.
Follow on – Conscientes de que a volatilidade da bolsa é provocada, entre outros fatores, pela corrida eleitoral presidencial antecipada, as empresas entendem que essas operações (folow on) devem ser empreendidas o mais rápido possível. Embora alguns gestores de carteira se mostrem céticos quanto à concretização de algumas aberturas de capital (IPO) nos próximos meses, as chamadas ofertas subsequentes, por sua vez, têm maior chance de êxito, pois apresentarem referencial de preço na bolsa.
Ofertas iniciais – Um dos exemplos é o da Totvs que, na última segunda-feira (13), anunciou uma oferta de R$ 1,15 bilhão, extensível a R$ 2,5 bilhões, no caso de venda do lote adicional pelo preço de ação da companhia no fechamento do dia 10, cotado a R$ 38,20. A conclusão da transação deverá ocorrer no próximo dia 21. Também com interesse na oferta subsequente é o Vitru Educação, tomadora de financiamento bancário no montante de R$ 1,95 bilhão, como pagamento parcial pela UniCesumar.
Captação ‘afinada’ – Como opção de captação mais ‘afinada’ com a dinâmica atual de mercado, em que os investidores priorizam liquidez, como antecipação a eventuais instabilidades pré-eleitorais. Assim define o responsável pelo banco de investimento do Santander, Gustavo Miranda, a vantagem comparativo das ofertas subsequentes, que possuem prazo mais curto e simples. “Se há uma percepção de necessidade de caixa pela empresa, atualmente o follow on é alternativa que existe em bolsa”, acrescenta. Somente este ano, já foram feitas 20 ofertas subsequentes e 45 iniciais.
Estragos concretos – Apesar do otimismo predominante no segmento, a turbulência política dos últimos dias cristalizou, entre gestores e banqueiros de investimento, a ideia de que a crise já fez estragos concretos no ímpeto das ofertas e IPOs. Ainda assim, só na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) constam IPOs, operações que devem envolver uma soma que poderia chegar a R$ 30 bilhões, entre os meses de setembro e novembro, agora em risco, na avaliação de banqueiros de investimento.
Hipótese otimista – Desse total, tais fontes entendem que, no máximo, quatro IPOs serão lançados efetivamente ou, numa hipótese mais otimista, poderiam chegar à bolsa dez ofertas iniciais de ações. Hoje, a percepção de analistas é de que o “apetite por ações piorou muito”, o que pode demandar das empresas emissoras de ações uma adaptação de preço.
Ofertas limitadas – Para o responsável pelo banco de investimento da XP, Pedro Mesquita, no contexto atual, é provável que as ofertas se limitem ao intervalo de R$ 10 bilhões ou R$ 20 bilhões. “O ambiente ainda é desafiador, mas o cenário de ruptura fica mais longe”, avaliou, ao prever que “o mercado tende a ficar mais volátil com as eleições, restringindo o espaço para um número mais limitado de ofertas”.
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