Entenda por que a circulação de carros usados tem aumentado no Brasil

Você é aquele tipo de motorista que troca de carro regularmente ou mantém o veículo por bastante tempo antes de trocar? Perguntamos isso porque um levantamento mostrou que a média de tempo dos veículos em circulação aumentou muito nos últimos anos.

Mesmo com a alta produção de veículos no Brasil, a média de uso de um carro no país, hoje, é de dez anos e meio, a maior registrada desde 1995. Nessa mesma época, o ex-presidente Fernando Collor chegou a dizer que o Brasil era um país de carroças.

Quase trinta anos após essa declaração, estaria o Brasil voltando a este cenário? Não, exatamente. Os brasileiros nunca enfrentaram tanta dificuldade para comprar um veículo, já que nem mesmo os carros seminovos estão acessíveis atualmente.

Um exemplo é o Renault Kwid, que está custando em média R$ 40 mil com três anos de uso. Isso quer dizer que ele valorizou muito nos últimos anos, já que em 2019 ele custava, em média, R$ 33.

Mas por que o valor dos carros tem aumentado?

Cassio Pagiarini, que é sócio da Bright Consulting, aponta que um dos principais motivos do aumento dos preços é a necessidade de tantas medidas de segurança incorporadas em novos modelos.

Esse tipo de adições acaba encarecendo os veículos, pois os componentes utilizados neles são mais caros e em maior quantidade.

Outro motivo pelo qual os brasileiros não estão trocando de carro com frequência é porque estão encontrando maiores dificuldades na hora de fazer um financiamento, e isso se deve ao aumento das taxas de juros.

Quem continua comprando veículos novos no país é a parcela mais rica da população, que não depende dos financiamentos para esse tipo de aquisição. Uma prova disso é o ranking dos modelos mais vendidos do Brasil.

O Fiat Strada lidera a lista, um modelo picape que está custando mais de R$ 100 mil. A compra desse veículo não é a realidade para a maioria dos brasileiros, que não consegue adquirir um modelo zero sem um parcelamento.

O fato é que parece que esse cenário não vai mudar tão cedo, principalmente se as barreiras bancárias continuarem. Dessa forma, os brasileiros terão de escolher um veículo para aproveitar por um bom tempo, pois a troca continuará complicada, ao que tudo indica.