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Equatic: a startup que está transformando água do mar em combustível para aviões

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As mudanças climáticas são um dos maiores desafios da humanidade neste século XXI. Não é preciso pensar muito para chegar à conclusão de que é preciso reduzir as emissões globais de dióxido de carbono e demais poluentes, caso a humanidade pretenda evitar os piores cenários de aquecimento global.

Um dos setores que contribui muito para as emissões de CO2 no mundo é o da aviação, tendo em vista a demanda crescente no cenário atual. Diante dessa situação, surgiu a Equatic, uma startup californiana que busca retirar, ao mesmo tempo, o CO2 do oceano e do ar enquanto cria hidrogênio como combustível alternativo.

Apesar de ser uma empresa bastante recente, a gigante da aviação Boeing já fechou um acordo com a startup, prometendo a compra de 2.100 toneladas métricas de hidrogênio da Equatic, que poderá ser usado como combustível de aviação sustentável — ou SAF, conforme a sigla em inglês.

Além disso, visando compensar uma parcela da própria poluição climática, a Boeing também afirmou que comprará 62 mil toneladas métricas de remoção de carbono. No entanto, como esse C02 é removido do mar, fazendo com que seja possível criar hidrogênio para abastecer as aeronaves? É isso que vamos descobrir, a seguir.

Como funciona?

Já existem startups com foco na remoção de CO2 do ar ou do mar, bem como algumas outras se concentram na produção de hidrogênio livre de poluição a partir de energia renovável. Mas, o diferencial da Equatic é que ela faz tudo isso ao mesmo tempo.

A startup surgiu de uma iniciativa de um grupo de pesquisadores na Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), e já conta com duas pequenas usinas piloto, uma em Cingapura e outra em Los Angeles. Confira como funciona o método:

  • cada usina pega água do oceano e passa uma corrente elétrica por ela;
  • assim, as moléculas de água são divididas, o que libera o hidrogênio limpo para comércio da Equatic;
  • além disso, o choque também separa dois fluxos de água, sendo um muito alcalino e outro muito ácido;
  • no alcalino, o cálcio dissolvido se mistura com o C02 na água, formando assim o carbonato de cálcio;
  • depois, para remover o CO2 do ar, a Equatic passa as bolhas de ar pelo mesmo fluxo de água alcalina. Assim, o gás se mineraliza em bicarbonato de magnésio;
  • feito isso, a Equatic neutraliza ambos os fluxos de água, deixando com o mesmo pH do oceano, para poder liberar a água do mar, que agora está rica em dióxido de carbono mineralizado;
  • a intenção é que esses minerais “prendam” o CO2 no oceano por mais de dez mil anos, impedindo sua entrada na atmosfera, que é o que ocasiona o aquecimento global.

Possíveis riscos

Um dos principais riscos é que a técnica da Equatic acabe alterando o equilíbrio de minerais no oceano, o que impacta diretamente as criaturas que constroem conchas, que já estão sofrendo com a acidificação oceânica causada pelo ser humano.

Isso poderia ter um efeito de cascata nos ecossistemas. A Equatic afirma que a tecnologia desenvolvida e utilizada não altera a acidez do oceano, de modo que pode ser comparada ao efluente de plantas de dessalinização ou outras instalações industriais.

Amante de filmes e séries e tudo o que envolve o cinema. Uma curiosa ativa nas redes, sempre ligada nas informações acerca da web.

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