Economia
Especialista alerta que montadoras não irão baixar seus preços para favorecer o barateamento do carro popular
Especialistas do setor de produção automotiva alertam que baratear os carros populares poderá ser mais difícil do que se imagina.
Nesta quinta-feira (25), o Governo Federal deverá anunciar um pacote de incentivos para promover o barateamento do carro popular, já que os valores praticados atualmente estariam muito elevados.
As medidas visam incentivar a indústria automobilística a cortar uma parcela dos custos repassados ao consumidor final, para tornar os itens mais acessíveis para a parte mais desfavorecida da população em geral.
A proposta será anunciada oficialmente na data em que se celebra o Dia da Indústria, e os empresários esperam receber as primeiras diretrizes dessa nova política industrial que a atual administração espera implementar.
Ainda de acordo com o Planalto, caso o novo plano seja um sucesso, será possível oferecer automóveis no valor de até R$ 55 mil, segundo as estimativas mais otimistas.
O que dizem os especialistas sobre o assunto?
Como nem tudo são flores, de acordo com alguns profissionais especializados na área, atualmente será um desafio oferecer carros baratos com todos os requisitos de segurança e tecnologia exigidos hoje.
O coordenador de cursos automotivos da Fundação Getúlio Vargas, Antonio Jorge Martins, compara os produtos eletrônicos atuais, que também têm um custo bastante elevado.
“O celular, por exemplo, é uma evolução que não vai mais voltar. Ninguém quer um celular ‘tijolo’ como os antigos, só para pagar mais barato. Ninguém quer mais televisão de tubo. Esse é o mesmo movimento com os carros.“
Em um período em que as vendas estão caindo cada vez mais, tal assunto é motivo de urgência para muitas montadoras e concessionárias de veículos. Afinal, algumas fábricas até suspenderam a produção e dispensaram funcionários devido a essas baixas.
Ainda nas palavras do especialista, o Brasil mudou muito nos últimos 25 anos de maneira geral. O próprio setor automotivo foi alterado, incluindo o próprio gosto dos motoristas.
“Os anos 1990 foram a época em que surgiu o carro popular com o Itamar Franco. Era um veículo desprovido de conforto e segurança. Nos dias de hoje, os veículos, de uma forma geral, possuem bastante conectividade e itens de segurança que são até obrigatórios.”
O coordenador também revela que não gosta de chamar o carro pela alcunha de “popular”, preferindo se referir a ele como “veículo de entrada“. Assim, na visão dele, é complicado incentivar uma volta das opções mais populares, somente reduzindo impostos.
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