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Economia

Ex-presidente do BC, brasileiro Ilan Goldfajn é eleito presidente do BID

Economista recebeu indicação do ministro Paulo Guedes e teve objeções de petistas. Apesar disso, sinaliza que trabalhará com o governo eleito

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Desde a eleição de Lula, o Brasil vive um momento de incertezas econômicas. Uma das poucas boas notícias, porém, havia sido a candidatura do brasileiro Ilan Goldfajn à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Embora a indicação tenha sido feita pelo governo Bolsonaro, com patrocínio do ministro Paulo Guedes, o nome de Goldfajn é amplamente respeitado por seu histórico. E graças a essa conjuntura, ele foi eleito neste domingo (20).

Goldfajn foi presidente do Banco Central (BC) durante o governo Temer e é diretor licenciado do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI). Seu nome, é bom lembrar, encontrou resistência entre membros do governo eleito. O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, que compunha a equipe de transição na área do Planejamento até semana passada, demonstrou ressalvas. Ele chegou a enviar uma carta ao BID pedindo o adiamento da eleição, mas acabou ignorado.

Por outro lado, nos últimos dias, Ilan recebeu declarações de apoio de assessores de Lula. O ex-chanceler Celso Amorim foi um dos que chegaram a dizer que o novo governo não se colocaria contra o nome do candidato. Tais manifestações foram lidas com apreço e facilitaram a eleição de Goldfajn. Ele venceu em primeiro turno, com cerca de 80% dos votos disponíveis, superando outros quatro concorrentes. As indicações adversárias foram feitas por Argentina, Chile, México e Trinidade e Tobago.

O BID nunca foi chefiado por um brasileiro, ainda que o Brasil seja o segundo maior acionista da instituição. O banco é responsável por administrar centenas de projetos em 27 países. Os investimentos chegam a somar 56 bilhões de dólares. Só em 2021, as cifras aplicadas foram de 12,5 bilhões de dólares. O Brasil é o país com a maior carteira de projetos. São 82 em andamento, contra 75 da Argentina, 41 do Paraguai e 38 do Uruguai.

Sem ressentimentos
Ao jornal O Globo, Goldfajn disse que o papel do BID é ainda maior no contexto geopolítico mundial atual, citando a alta de juros e desafios ambientais. Ele disse acreditar que o Brasil pode retomar seu papel de liderança e, sobre o governo eleito, afirmou que:

“A minha relação será de total harmonia. Será um prazer trabalhar com o governo eleito. Nós vemos a nossa pauta, as nossas prioridades, muito alinhadas com a agenda do novo governo, então vejo muito natural este trabalho para a frente”.

Ilan Goldfajn deve assumir o cargo em 19 de dezembro de 2022.

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