Farmácias americanas deverão indenizar US$ 650 milhões por venda de opioides

Três principais redes de farmácia nos Estados Unidos terão, após decisão de um juiz federal, que pagar US$ 650,5 milhões por contribuir com a crise social de dependência a medicamentos opióides que durou cerca de 20 anos.

A crise teve foco principal em dois condados de Ohio: Lake e Trumbull. E segundo a instituição federal dos EUA, grande parte do motivo, está relacionada a larga distribuição e acesso a medicamentos potencialmente viciantes por 3 grandes redes de farmácias: a CVS, o Walmart e a Walgreens Boots Alliance.

A oferta excessiva por meio de propagandas e outras ferramentas de marketing dessas companhias, assim como a gestão de receitas válidas, teriam contribuído diretamente para a crise de milhões de pessoas que tornaram-se dependentes de fentanil e oxicodona.

A decisão judicial que responsabiliza as redes farmacêuticas por perturbação da ordem pública foi tomada em novembro do ano passado, e desde então estava em processo judicial para averiguação dos fatos.

Os condados de Lake e Trumbull, assim como outras jurisdições nos EUA, argumentaram que a crise colocou uma enorme pressão sobre os recursos locais de saúde, gerando um prejuízo financeiro que ultrapassa US$ 3,3 bilhões. Quase 1,5 milhões de mortes foram atribuídas a overdoses de analgésicos entre 1999 e 2019.

As empresas negam as acusações e afirmam que irão recorrer à decisão judicial. A Walgreens Boots Alliance defendeu em comunicado:

“A tentativa dos autores do processo de resolver a crise dos opioides com uma expansão sem precedentes da lei de perturbação da ordem pública é equivocada e insustentável”, justifica a rede.

“Nós nunca fabricamos ou comercializamos opioides nem os distribuímos para ‘pontos ilegais’ e farmácias da internet que alimentaram essa crise.”

Caso seja determinada a culpabilidade das companhias farmacêuticas, o dinheiro indenizado será direcionado para os setores impactados, como os de saúde, sociais e jurídicos.