Ações, Units e ETF's
Fed ‘estável’; inflação e precatórios pautam Ibovespa de quarta-feira
Ao manter Powell no posto, Joe Biden sinaliza combate efetivo para ‘derrubar’ inflação ianque; matéria fiscal será lida na CCJ
A recondução de Jerome Powell, pelo presidente norte-americano Joe Biden, no comando do Federal Reserve (Fed), banco central estadunidense, já se reflete na alta dos juros ianques, pois o mercado interpreta o fato como um recado de que a Casa Branca pretende enfrentar a alta inflacionária local, sobretudo nos setores de alimentos, gasolina e aluguel.
Futuros em queda – Apesar disso, os índices futuros dos EUA operam em queda, nessa quarta (24), devido à venda generalizada de ações de tecnologia, por sua vez pressionadas pelas altas de juros promovidas pelo Tesouro dos Estados Unidos. Na véspera (23), os índices locais apresentaram desempenhos variados, com o recuo de 0,5% do Nasdaq, a queda de 0,17% do S&P, em contraponto ao avanço de 194 pontos Dow Jones.
Previsão contrariada – O sinal de alerta foi dado pelo pico inflacionário dos preços ao consumidor em outubro, que subiu 6,2% em comparação com igual mês do ano passado (maior taxa para o mês em 31 anos), contrariando as previsões do Fed, de que a alta dos preços ‘induzida’ pela pandemia seria temporária, com o posterior retorno gradual das cadeias de abastecimento, o que não ocorreu. Em consequência, dados do Departamento de Comércio apontam o índice PCE – favorito da autoridade monetária estadunidense — com taxa equivalente ao dobro da meta média flexível de 2% do Fed.
Três reajustes – Frente a isso, a aposta mais corrente dos investidores é de que o Fed deverá reajustar os juros, pelo menos três vezes em 2022, acompanhando a elevação de custos dos empréstimos, prevista para maio próximo.
Ritmo do tapering – Igualmente no foco do mercado, a divulgação, nessa quarta (24) da ata do Fed, que dará mais detalhes sobre o programa de redução da compra de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas no mercado local (tapering), que custa ao Tio Sam, por mês, a bagatela de US$ 120 bilhões (em compras mensais, a título de manter a maior economia do planeta em movimento, medida criada durante a pandemia.
Redução inicial – Nesse sentido, a última informação disponível é de que haveria uma redução inicial de US$ 15 bilhões, já este ano, até o encerramento do programa, previsto para junho de 2022. No entanto, a conjuntura de preços ‘aquecidos’ – poderá fazer com que o Fed ‘acelere’ o ritmo do tapering.
‘Levando mais a sério’ – Para o economista-chefe do JPMorgan, Michael Feroli, a autoridade monetária está começando ‘a levar mais a sério’ os indicadores de melhoria do mercado de trabalho, tendo em vista agir no sentido de combater a inflação crescente.
Caged informa – E por falar de emprego, na agenda brasilis, a divulgação do índice do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativo a outubro; o índice de Confiança do Consumidor de novembro, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV); dados de arrecadação federal, pela Receita, no início da tarde, e divulgação do fluxo cambial estrangeiro pelo BC.
Agenda ianque – Na agenda ianque, a Associação dos Banqueiros Hipotecários (MBA na sigla em inglês) divulga informações sobre pedidos de hipotecas, juros de hipotecas com vencimento em 30 anos e pedidos de refinanciamento hipotecário; levantamento dos pedidos de seguro-desemprego; divulgação do PIB do terceiro trimestre (3T21); números sobre renda e gastos pessoais em outubro; dados de estoques de petróleo e combustíveis, além de atividade das refinarias, culminando, por volta das 16h (horário de Brasília), com a divulgação da ata do Comitê Federal
Leitura de relatório – Na terra tupiniquim, a expectativa do mercado é quanto à leitura do texto da PEC dos Precatórios pelo relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Fernando Bezerra, também líder do governo no Senado, com a expectativa de que este seja votado pela comissão amanhã (25).
Mudanças na PEC – Consciente das resistências no Senado à versão da proposta formulada pela Câmara, Bezerra empreende negociações que a alterem, para colocá-la em condições de votação em Plenário. No momento, estão sendo discutidas mudanças, como: a instituição de um programa permanente de transferência de renda (não mais até dezembro de 2022), com parcelas fixas de R$ 400,00; criação de auditoria ou comissão mista que vai acompanhar a evolução dos precatórios; previsibilidade ao pagamento das dívidas judiciais e a vinculação específica dos recursos do novo espaço fiscal aberto com a proposta ao Auxílio Brasil. Além disso, permanece pendente a identificação de uma fonte de financiamento dessa última proposta.
Abono, sim – Também estão incluídas nesse ‘pacote’, a exigência de que estados e municípios não transformem os recursos em despesas permanentes, o que poderia levar ao desequilíbrio das contas municipais, no longo prazo. Igualmente para atenuar o impacto fiscal, está na pauta proposta de que 60% dos recursos repassados aos professores, inclusive aposentados e pensionistas, seja feita sob a forma de abono, sem caracterizar aumentos salariais. Nunca é demais lembrar que, para ser aprovada, a matéria tem de ter a mesma versão aprovada em dois turnos, por ambas as casas legislativas.
Stoxx 600 sobe – Voltando ao cenário externo, na Europa, acossada por novo surto de covid-19 na Áustria e na Alemanha, o índice Stoxx 600 – composto pelas 600 empresas dos principais setores de 17 países europeus – subia 0,4% nesta quarta (24), com destaque positivo dos setores de petróleo e gás e negativo do setor de lazer.
Cingapura cresce – Como já é tradicional, as bolsas asiáticas fecharam com desempenhos mistos hoje (24), beneficiadas pela informação de que a economia de Cingapura cresceu 7,1% no terceiro trimestre (3T21), no confronto com igual período de 2020, o que superou a expectativa do mercado, de um avanço de 6,5%.
EUA queima reservas – No terreno das commodities, a principal novidade é o anúncio do presidente Joe Biden, de que pretende queimar sua reserva de 50 milhões de barris para força a baixa do petróleo no mercado internacional.
Principais indicadores
Estados Unidos (futuro)
Dow Jones Futuro (EUA), -0,30%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,24%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,17%
Ásia
Nikkei (Japão), -1,58% (fechado)
Shanghai SE (China), +0,1% (fechado)
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,14% (fechado)
Kospi (Coreia do Sul), -0,1% (fechado)
Europa
FTSE 100 (Reino Unido), +0,03%
Dax (Alemanha), -0,35%
CAC 40 (França), -0,23%
FTSE MIB (Itália), +0,03%
Commodities
Petróleo WTI, +0,06%, a US$ 78,55 o barril
Petróleo Brent, -0,01%, a US$ 82,30 o barril
Minério de ferro (Contratos futuros bolsa de Dalian): +5,84%, a 616,5 iuanes = US$ 96,51 (USD/CNY = 6,39)
Criptomoedas
Bitcoin, +1,02%, a US$ 56.836,51.
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