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Economia

Guedes e Bittar se reúnem em meio a incertezas sobre Renda Cidadã

Bittar esteve presente no café da manhã promovido por Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e outras autoridades.

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O ministro da Economia Paulo Guedes e o senador Marcio Bittar (MDB-AC) se encontrarão às 11h desta segunda-feira em meio a indefinições sobre o novo programa de transferência de renda do governo de Bolsonaro, o Renda Cidadã, após reunião entre o presidente e ministros do governo da qual Guedes não participou.

O relator do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2021 no Congresso e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo esteve presente no café da manhã promovido por Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Fontes afirmaram à Reuters que o objetivo do encontro era alinhar as visões em relação à pauta política, e não tratar especificamente do Renda Cidadã. Rogério Marinho e Maia, a quem Guedes acusou de conluio com a esquerda para privatizações, estão entre os mais recentes desafetos de Guedes.

Após boatos de críticas que Marinho teria feito a Guedes num evento fechado com um grupo de economistas, os mercados ficaram em polvorosa na sexta-feira.

Os ruídos davam conta de que Marinho teria criticado o ministro da Economia e dito que o programa Renda Cidadã será lançado de qualquer forma, o que muitos viram como uma disposição do governo de violar a regra do teto de gastos.

A assessorai de Marinho negou que ele tenha desqualificado agentes públicos e pontuou que haverá respeito às âncoras fiscais na busca por uma alternativa de financiamento para o programa.

Por sua vez, Guedes disse à imprensa que furar o teto de gastos para ganhar eleições seria uma irresponsabilidade com as futuras gerações, e afirmou que não acreditava que Marinho tivesse feito tais comentários, mas que ele seria “despreparado, desleal e fura-teto” se isso fosse verdade.

O desentendimento é mais um indício da falta de alinhamento do governo para criar um programa mais robusto que o Bolsa Família enquanto tenta manter o compromisso com a responsabilidade fiscal.

O novo programa é encarado politicamente como crucial por Bolsonaro após o fim do auxílio emergencial em dezembro, uma vez que espera-se que milhões de brasileiros continuem desempregados à medida que a crise do coronavírus se arrasta. Mas sua fonte de financiamento segue indefinida, ameaçando o real compromisso do presidente com o acerto das contas públicas, defendido em seu programa eleitoral e também por Guedes.

Para encaixar o programa no orçamento, é necessário cortar outras despesas, uma vez que o projeto orçamentário do próximo ano já foi enviado ao Congresso sem margem de sobra em relação ao teto. Assim, o governo deve, além de identificar fontes de receita para o Renda Cidadã, enxergar a questão pelo lado dos gastos.

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