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Economia

Quem será o ministro da Economia (ou Fazenda) no governo Lula? Confira os principais cotados

Nomes como o de Henrique Meirelles, do vice-presidente Geraldo Alckmin e o de petistas históricos estão na disputa. Lula diz querer perfil “político”

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Desde o início da corrida eleitoral pela Presidência da República, uma das principais dúvidas foi sobre quem seria a pessoa responsável pela economia do país a partir de 2023. Da parte do atual presidente Jair Bolsonaro, a permanência de Guedes sempre representou um ativo de confiança com o qual o mercado poderia lidar.

Afinal, Paulo Guedes foi um dos fundadores do Banco Pactual. E, sendo representante da chamada Escola de Chicago, onde se doutorou, sempre esteve alinhado aos valores liberais tão prezados pelo setor privado. Conhecido como “Posto Ipiranga” do governo, ele foi considerado um trunfo de Bolsonaro para a sua eleição em 2018. Também teve destaque durante o exercício do mandato e na tentativa de reeleição em 2022.

Em que pese a sua importância e influência diante do empresariado e setor financeiro, atribui-se a ele uma das crises que eclodiu no comitê de campanha bolsonarista no 2º turno. Trata-se do episódio da revelação dos planos para desindexar o aumento do salário mínimo da inflação. Na prática, a medida, considerada impopular, resultaria na desvalorização real do salário mínimo.

Ministério da Economia deve ser desmembrado
Com a eleição do presidente Lula, porém, a bolsa de apostas para o comando da economia foi aberta. Especulou-se que o endosso de Henrique Meirelles à candidatura de Lula ao longo do 2º turno seria um indicativo. Segundo esta tese,  o ex-presidente internacional do BankBoston, ex-presidente do Banco Central do Brasil (BCB) e ex-ministro da Fazenda durante o governo Temer, para ficar em alguns cargos, seria convidado para ocupar um ministério.

Meirelles, porém, tem negado reiteradamente que tenha sido convidado pelo governo petista. Ele, contudo, também colocou o seu nome à disposição, animando o mercado. Vale lembrar que Lula pretende desmembrar o Ministério da Economia em pelo menos outros quatro: Fazenda, Pequena e Média Empresa, Planejamento e Indústria e Comércio. Configuração semelhante existiu durante os governos Lula e Dilma, nos dois mandatos. A mudança ocorreu justamente no início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019.

Perfil “político” é preferido de Lula
Em entrevistas e sabatinas à imprensa, quando questionado, Lula manifestou interesse em ter um perfil “político” à frente da economia. A preocupação decorre da necessidade de interlocução que o então ministro deverá ter junto ao Congresso. O principal desafio será conciliar a agenda social do novo governo com o orçamento enviado pelo atual, que prevê déficit primário de quase R$ 64 bi em 2023 – embora especialistas especulem uma cifra muito superior.

Fenômeno semelhante ocorreu durante o 1º governo Lula, quando Antônio Palocci, nome considerado político, foi escolhido para exercer o cargo de Ministro da Fazenda. Ele permaneceu na pasta até 2006. Nesse sentido, o nome de Geraldo Alckmin, vice-Presidente da República, que contaria com a chancela de economistas associados ao PSDB e responsáveis pelo Plano Real, a exemplo de Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida, estaria forte na disputa.

Nomes de petistas mais próximos de Lula também estariam sendo cogitados. É o caso de Fernando Haddad, ex-ministro da Educação nos governos Lula e Dilma, Alexandre Padilha, ex-ministro das Relações Institucionais do Governo Lula e ex-ministro da Saúde no Governo Dilma, além de Wellington Dias, ex-governador do Piauí e senador eleito pelo mesmo estado. Rui Costa, que governou a Bahia por dois mandatos e ajudou a eleger seu sucessor, Jerônimo Rodrigues, é outro candidato cujo nome tem sido ventilado.

Há grande expectativa do mercado pela escolha e um otimismo moderado. A percepção é de que a eleição de Lula deve-se a uma convergência de forças políticas, que devem zelar por uma condução responsável da economia. Conciliada ao investimento em políticas sociais e à recuperação da imagem do país no exterior quanto  ao meio ambiente, a fórmula promete bons resultados. O anúncio oficial do nome não deve tardar, visto que a transição já teve início e faltam menos de dois meses para o novo governo tomar posse.

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