Ibovespa futuro acompanha exterior e sobe 0,21%

O adiamento do anuncio do pacote de medidas do governo, previsto para hoje, pode pesar no mercado financeiro doméstico. Por outro lado, a melhora nas negociações entre os Estados Unidos e a China anima os negócios no exterior e pode trazer fôlego para a bolsa doméstica. Às 9h10, o Ibovespa futuro acompanhava a cena externa e registrava alta de 0,21%, aos 102.848 pontos. No mesmo horário, em Nova York, o Dow Jones futuro subia 0,73%, aos 28.445 pontos.

O anuncio do programa foi adiado porque alguns projetos ainda não estavam prontos. Um dos impasses é sobre o valor do auxílio emergencial, hoje de R$ 600,00. Para a continuidade da ajuda até o final do ano o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que o novo valor deveria ser de R$ 200. Já o presidente Jair Bolsonaro, no entanto, quer um pouco mais, algo em torno de R$ 300,00. Esse valor, junto com outras iniciativas que devem ser incluídas no pacote, poderia levar ao rompimento do teto de gastos, preocupação do ministro e dos investidores.

De acordo com o que foi divulgado até agora, o pacote do governo deve trazer uma série de medidas como a alteração dos marcos regulatórios, retomada do processo de privatização, programa para reduzir o desemprego, reformas administrativa e fiscal. “Tem muita coisa legal. Mas, tem uma parcela do mercado que vê com ceticismo esse tipo de iniciativa. No momento, o mercado está com o pé atrás. Se o anuncio se confirmar conforme a expectativa do mercado e o governo conseguir o apoio do Congresso, não descarto a Bolsa atingir os 120 mil pontos até o final do ano”, estima o sócio Atuação Investimentos, Nicolas Balafas.

Outro motivo que teria levado ao adiamento, e o impasse político com o Congresso. Na semana passada, o ministro Guedes criticou os senadores por terem derrubado o veto do presidente ao reajuste dos servidores. A preocupação é que os senadores estejam menos dispostos a apoiar o pacote neste momento.

Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 10,5 pontos de julho para agosto, ficando em 96,6 pontos, registrando a quarta alta seguida e confirmando uma tendência de recuperação.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,23% em agosto, segundo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento no preço dos combustíveis foi responsável pelo avanço do índice.

No exterior, os Estados Unidos e a China reafirmaram compromisso com o acordo comercial entre os países. Em comunicado, o Ministério do Comércio da China informou que houve um “bom diálogo”, e o Tesouro do EUA, que os “dois lados estão progredindo nas negociações”.