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IPO: É um bom negócio ou não?

Recomendação dos especialistas é que investimento no IPO seja apenas um dos vários elementos pertencentes à carteira de renda variável.

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IPO - Oferta pública inicial

A partir do reaquecimento do mercado de capitais, depois do boom da pandemia, mais de 50 empresas estão na lista para inserir suas ações na Bolsa. Mas será que compensa entrar nesse rol? A resposta deve considerar o preço cobrado pelas ações, assim como o que a instituição faz com os recursos dos investidores. Veja algumas questões para tomar a sua decisão.

De acordo com levantamento executado pela Economatica, das 113 empresas que abriram capital desde 2004, 72 (64%) deram aos seus investidores retornos acima do Ibovespa, após dois meses do IPO – primeira oferta pública de ações. Já depois de seis meses do IPO, esse percentual registra uma queda para 56%. No entanto, o histórico dos IPOs no Brasil aponta que, em grande parte, fazer parte da abertura de capital de empresas é positivo, mas não sinônimo de lucro certo.

Sendo assim, a recomendação dos especialistas é que o investimento no IPO seja apenas um dentre os vários elementos pertencentes a carteira de renda variável. O investidor deve optar pela diversificação da carteira e controlar a exposição do patrimônio aos riscos. “Não existe uma regra para o desempenho das ações após a abertura de capital. Isso vai depender de como o mercado reage às decisões de investimento tomadas pela empresa e, principalmente, do cenário econômico”, disse o analista de produtos da CM Capital, João Lux.

Em muitos casos, os investidores ingressam no IPO com o intuito de “flipar”, ou seja, lucrar com as ações no dia de estreia de negociação. Porém, uma boa estratégia de flipagem prescinde conhecimento do investidor sobre o comportamento do mercado, a demanda assinalada no ato de bookbuilding e o negócio da companhia que está sendo inserida na Bolsa.

A ausência do histórico operacional e de negociações em Bolsa é o obstáculo principal dos investidores que desejam participar de um IPO. Em função disso, muitos optam por ações de longa estrada na Bolsa. “A maior desvantagem num IPO é não ter muito conteúdo para análise em relação a resultados da companhia, que não é listada. Você tem que se esforçar mais para ter informação, que não é tão ampla e fácil quanto acessar a área de relações com investidores no site de uma companhia aberta e encontrar tudo lá”, afirma o responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital, Jerson Zanlorenzi.

No caso da falta de dados para analisar a empresa que faz IPO e determinar o preço justo a ser pago pelas ações, a indicação é ter os concorrentes como parâmetro. Ou seja, calcular qual seria o preço das ações se fossem empregadas a elas múltiplos de concorrentes já presentes na Bolsa. O múltiplo básico é o P/L, que aponta em quantas vezes o preço da ação, o “P”, supera o lucro obtido pela empresa, o “L”. Se o resultado for inferior ao preço assinalado na oferta, pode ser um alerta que a ação está barata, dispondo de retorno potencial ao investidor. Caso contrário, é necessário compreender se existem motivos para o prêmio em comparação à concorrência. Se essas causas não forem convincentes, pode ser um sinal que o preço da ação está alto, sendo melhor ficar de fora.

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