Itaú e Nubank: Maior número de cartões ou lucro?

A fintech Nubank está cada vez mais próxima de ultrapassar o Itaú Unibanco em número de cartões de crédito emitidos. De acordo com o UBS, a instituição financeira das famílias Moreira Salles, Setúbal e Villela é dona de 35% do mercado, com, aproximadamente, 33 milhões de cartões gerados. 

Porém, a disputa pela liderança está acirrada, uma vez que o roxinho do Nubank avançou de 6 milhões para 26 milhões de usuários. Olavo Arthuzo, Philip Finch e Thiago Batista, responsáveis pelo relatório do UBS, alegam que “o Itaú é o líder (de longe) do negócio de cartões de crédito no Brasil, com uma participação de cerca de 31% do total de créditos concedidos, e, portanto, é o que provavelmente mais sofrerá com a forte expansão das operações do Nubank”.

No entanto, o maior obstáculo do Nubank, de acordo com os analistas, não é exceder o volume de cartões do Itaú, mas tornar o produto tão rentável quanto do banco físico. Mesmo com uma base de cartões apenas 27% superior ao Nubank, o Itaú concebeu uma taxa de intercâmbio, por usuário, de R$ 84 no primeiro semestre deste ano. Os dados são 250% maiores aos R$ 24,00 obtidos pelo banco digital.

Além da taxa de intercâmbio, o Nubank está atrás do Itaú no tíquete médio do crédito movimentado pelos usuários. Enquanto os clientes dos cartões de crédito do Itaú fizeram cerca de R$ 2,2 mil em transações no período, os do Nubank ficaram em torno de R$ 468. A cifra apresenta 372% de diferença.

Ainda, de acordo com o UBS, ambos os dados justificam a larga diferença entre os bancos – a maturidade de base dos clientes do Itaú e a maior renda média. Desse modo, o Nubank se depara com uma contradição, sendo o vice em emissões de cartões de crédito do Brasil, mas uma startup com somente 5% da carteira de crédito total movimentado por mercado dos cartões.