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Kopenhagen: a fantástica fábrica de chocolate e sua nacionalidade, que você nem imagina

Empresa foi fundada em São Paulo, há quase 100 anos. Pertencente ao Grupo CRM, ela e a Cacau Brasil foram compradas pela Nestlé.

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O anúncio oficial da venda do Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Cacau Brasil, para a Nestlé não só surpreendeu o mercado brasileiro como colocou em evidência essas empresas tradicionais.

Muito se especulou, desde então, sobre as condições da venda, e um aspecto envolvendo a origem da Kopenhagen tem chamado a atenção. Apesar do nome confundir algumas pessoas e sugerir que se trata de uma empresa estrangeira, ela foi criada no Brasil.

A Kopenhagen está no mercado de doces e chocolates há quase 100 anos. Ela foi fundada em 1928, em São Paulo, por dois imigrantes europeus.

Como tudo aconteceu?

O casal de judeus Anna e David Kopenhagen deixaram a Letônia e vieram para o Brasil em 1925. Três anos depois, para sobreviver e garantir o sustento de casa, Anna começou a fazer um doce clássico da Europa, chamado Marzipã, para o marido vender na rua.

Feito com amêndoas e açúcar, o doce foi o pontapé na história da empresa, que leva até hoje o nome da família. Em 1929, um ano depois do início das vendas, o casal inaugurou a primeira loja da marca. Ela ficava na Rua Miguel Couto, no Centro de São Paulo.

Crescimento

No decorrer da década de 1930, a empresa começou a crescer e ampliar o portfólio de produtos. O casal Kopenhagen comprou, então, um terreno na região do Itaim Bibi e, em 1943, inaugurou no local a primeira fábrica.

Não demorou muito, depois disso, para que a Kopenhagen virasse verdadeira referência de doces finos, e inclusive para presente, o que persiste até hoje.

Na década de 1990, após anos de expansão e já funcionando com o sistema de franquias, a empresa foi vendida para Celso Ricardo de Moraes, dono do Grupo CRM.

Contexto atual

Nos últimos anos, desde 2020, a empresa vem sendo presidida por Renata Vichi, que é filha de Celso. Ela começou a trabalhar na Kopenhagen como estagiária de marketing, quando tinha 16 anos. Em seguida, passou pela diretoria de marketing e comercial, depois vice-presidência e chegou ao cargo mais alto.

A marca tem hoje mais de 600 lojas e está presente em todos os estados do Brasil. Esse fato chegou a ser destacado pela Nestlé na nota divulgada para anunciar a compra, no último dia 7 de setembro.

Negócio bilionário

Uma informação que ficou de fora do comunicado, no entanto, foi o valor pago pela Nestlé para adquirir o Grupo CRM. Apesar dessa ausência, o mercado especula que se trata de uma transação bilionária, algo em torno de R$ 4,5 bilhões.

O negócio depende, agora, da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser fechado. Segundo a Nestlé, a expectativa é que tudo seja formalizado em 2024.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com especialização em Comunicação Digital, e que trabalha há 14 anos como repórter e redator

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