Lula vai taxar as transações do PIX: isso é verdade ou mentira?

O PIX é uma transferência instantânea e gratuita criada pelo Banco Central (BC) com o objetivo de tornar as transações bancárias ainda mais eficientes, tendo mais rapidez. A possibilidade surgiu e foi aderida com facilidade pelos brasileiros, ainda mais pelo fato de poder transferir gratuitamente para qualquer conta, a qualquer hora. Antes, as transações eram feitas somente por TED ou DOC, que cobravam taxas para transferir o valor desejado.

No dia 30 de outubro, os brasileiros foram às urnas decidir quem iria governar o país, e com 60 milhões dos votos, o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente, vaga que disputava com o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com a eleição do novo presidente para os próximos anos, boatos circulam na internet sobre a possível taxação para as transações do PIX, podendo ser pagas a partir de 2023 sob o comando do novo Governo. A notícia que espalhou é de que Lula (PT) vai cobrar um valor significativo para quem quiser utilizar a transferência instantânea.

No entanto, esta notícia não procede e não é verdadeira, conforme afirma a Comprova. A Comprova é um projeto que está sob coordenação da Abraji, que verifica a velocidade pela qual circulam as informações pela internet. Com base na afirmação feita pela Comprova, a proposta não existe e não foi apresentada pelo candidato eleito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como esse boato começou?

A notícia começou a circular após a grande repercussão de um vídeo feito pelo pastor Silas Malafaia, no dia 28 de outubro, declarando que o futuro presidente do Brasil, Lula, está planejando a criação de uma Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) para taxar as transferências do PIX.

O vídeo também diz que o futuro presidente presente congelar o dinheiro da poupança dos brasileiros para oferecer R$ 500 às famílias de todo o país e, ainda segundo a Comprova, o vídeo teve grande repercussão e recebeu 1,7 mil comentários e 27,2 mil curtidas até a última segunda-feira, dia 31 de outubro.

“A campanha de Lula já negou que exista a proposta de tributar o PIX. A reportagem não encontrou qualquer registro de declarações feitas pelo petista sobre o congelamento da poupança”, afirma o projeto Comprova, e acrescentou “o conteúdo ainda engana ao apontar que o plano de governo petista propõe a implementação do Peso Real, moeda unificada com outros países da América Latina”.