Economia
Maior perigo a um investidor iniciante é querer fazer tudo sozinho, diz especialista
Maior perigo a um investidor iniciante é querer fazer tudo sozinho, diz especialista
Um dos principais dilemas do investidor iniciante brasileiro que deseja montar sua carteira de investimentos é como escolher os melhores ativos.
A falta de educação financeira da população e a própria insegurança comum aos investidores de primeira viagem costumam impedir que muitos possam usufruir das vantagens que o mercado financeiro tem a oferecer.
Planejador financeiro e sócio-fundador da Fliper, plataforma de consolidação automática de investimentos, Walter Poladian afirma que mais do que tentar achar o investimento perfeito para começar, o ideal é encontrar o parceiro adequado para isso.
“O maior perigo a um iniciante no mercado financeiro é querer fazer tudo sozinho. Ainda que seja possível graças ao avanço tecnológico do setor, o risco é elevado pela falta de conhecimento e de experiência”, disse.
Para ele, em vez de investir de forma direta, uma alternativa viável é seguir por outro caminho: investir indiretamente com a alocação em fundos de investimentos.
“Essa opção reúne recursos de um conjunto de investidores [os cotistas] para obter ganhos a partir de uma determinada carteira. Em suma, a pessoa delega a um profissional a gestão do portfólio de investimentos, dando-lhe a responsabilidade de gerir seu dinheiro.”
Investidor: dois pontos
Dois pontos explicam porque essa medida se revela interessante para os investidores. O primeiro deles é a possibilidade de contar com o apoio de grandes gestores do mercado, que antes eram acessíveis apenas por milionários, e agora estão disponíveis nas plataformas de investimentos com aplicações iniciais mais baixas.
A segunda questão é a facilidade de acessar ativos que são mais complexos de investir diretamente, como ações de empresas internacionais, moedas (dólar, euro…), metais (ouro, prata..), entre outros.
Assim, com os fundos é possível diversificar patrimônio, com estratégias de renda fixa (como fundos DI, prefixados, de inflação e de crédito privado), fundos multimercados, fundos de ações, dólar, ouro, entre outros.
“Cada um deles tem nuances que devem estar alinhadas ao perfil do investidor. Existem fundos bons e ruins, baratos e caros, mais conservadores e mais arrojados, estratégias que ganham em diferentes cenários. Portanto, é importante analisar bem antes de investir ou conversar com um consultor”, frisou.
Investidor: cenários
Para a chamada “reserva de emergência”, existem fundos Renda Fixa Simples, isentos de taxa de administração e com possibilidade de resgate no mesmo dia (D0), enquanto no investimento direto em Tesouro Selic é cobrada taxa de custódia de 0,25% ao ano pela B3 e a liquidez ocorre no dia útil seguinte ao da venda (D+1).
Nos fundos de crédito privado, é possível diversificar a carteira com títulos de diversos emissores e de diferentes vencimentos, portanto pode se reduzir os riscos, além de oferecer a possibilidade de resgate em prazos mais curtos (ex: 45 dias), enquanto o investimento direto em CRAs, CRIs, Debêntures, LCAs e LCIs podem reduzir a flexibilidade da carteira ao manter os recursos presos por um longo período.
Investidor: multimercados
O investimento em fundos multimercados também é interessante para uma parcela da carteira, uma vez que os gestores conseguem realizar investimentos mais sofisticados e não acessíveis ao investidor pessoa física comum. Esses fundos podem acessar oportunidades no mundo inteiro, nos mercados de Bolsa, câmbio e juros.
No investimento em ações: quando você possui pouco conhecimento ou recursos para diversificar sua carteira com várias ações de empresas e setores diferentes, investir em um fundo pode reduzir seus riscos, além de contar com a gestão de um profissional para a escolha dos papéis para a carteira.
Já quanto ao dólar e ouro, é importante sempre ter uma parte do dinheiro em ativos que servem como proteções (hedge) para a carteira.
“A moeda norte-americana tende a se valorizar frente ao real em cenários desfavoráveis para a economia brasileira. E o ouro tende a se apreciar em crises globais e quando há muita impressão de dinheiro”, explicou.
E acrescentou: “uma vez que não sabemos quando um evento negativo poderá ocorrer, incluir seguros no portfólio permite ao investidor ter uma posição maior em ativos de risco.”
Como em outros setores, a melhor forma de obter sucesso, principalmente quem está começando, é encontrar parceiros e profissionais que possam auxiliar nesta caminhada.
“Os fundos de investimentos exercem muito bem esse papel para os investidores iniciantes. Por meio deles, é possível potencializar seu patrimônio e ganhar expertise antes de buscar um voo solo”, frisou.
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