Mercado Livre cresce 123% nas vendas, e dependência dos Correios cai

Nesta segunda-feira, 10, o maior varejista online da América Latina, Mercado Livre, divulgou o balanço do segundo trimestre de 2020. Com a medida de isolamento social, impulsionada pela pandemia do novo coronavírus, as vendas cresceram 123,4%, entre abril e junho deste ano ante o mesmo período de 2019, para US$ 878,4 milhões. O lucro bruto registrado foi de US$ 427,2 milhões, com margem de 48,6%, inferior aos 50% totalizados no segundo trimestre de 2019.

“A pandemia gerou mudanças significativas no comportamento do consumidor, que se traduziram em um novo recorde de penetração do comércio eletrônico e do pagamento online na região”, disse diretor financeiro do Mercado Livre, Pedro Arnt, em comunicado à imprensa.

A quantidade de usuários ativos do site aumentou 45,2% no segundo trimestre em comparação anual, chegando a 51,5 milhões. Já quanto aos objetos comercializados, a ampliação foi de 101,4%, para 178,5 milhões.

Entre as três maiores nações em que o Mercado Livre está presente, o Brasil foi o que apresentou a menor taxa de crescimento no período, com alta de 82%, ao passo que na Argentina foi de 104% contra 141% do México.

Por meio de teleconferência com analistas do mercado financeiro e jornalistas, Arnt enalteceu o sucesso da logística do grupo, ainda que com limitações de deslocamento exigidas pela pandemia. A Mercado Envios, logística do Mercado Pago, despachou 157,7 milhões de objetos no segundo trimestre de 2020 sem grandes incidentes, com expansão de 124,2% em comparação ao mesmo período do ano passado.

“[No Brasil] Conseguimos diminuir nossa dependência dos Correios porque estamos incrementando nossa divisão Meli Logistics. A ideia é depender cada vez menos de grandes empresas de transporte e mais de pequenas transportadoras e dos serviços do tipo last-mile“, argumentou o diretor financeiro.

“Estamos extremamente focados em aumentar a capacidade de nossa rede de distribuição, com investimentos significativos. Recentemente, anunciamos novos armazéns no Brasil, no Chile e na Colômbia. A Meli Logistics nos possibilita acessar pequenas transportadoras e motoristas independentes. É um processo em andamento, mas nos dá uma enorme vantagem competitiva. Os serviços são muito bons, reduzindo os custos”, afirmou.