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Mercado volátil leva empresas nacionais a adiar IPOs

Vero quer captar R$ 1 bi em novembro; Comerc luta por preço justo com investidores

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Crédito: Forbes

A grande volatilidade do mercado de capitais, nos últimos meses, além determinar a perda de valor dos papéis de muitas companhias nacionais, igualmente implicou o adiamento da meta de fazer sua oferta inicial (IPO), ainda este ano.

Última temporada – É o caso da provedora de Internet Vero – ligada à Vinci Partners – que decidiu adiar sua IPO para a última temporada de lançamentos, em novembro próximo. A princípio, quando encaminhou o prospecto da oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em agosto último, a empresa pretendia fazer sua emissão este mês, quando captaria R$ 1 bilhão, a serem empregados no crescimento da empresa, via expansão das próprias redes ou mediante aquisição de concorrentes.

Risco impõe perdas – A despeito de o adiamento da Vero não ser bem recebido pelos investidores, o fato é que a aversão ao risco, predominante hoje no mercado financeiro, tem imposto perdas a muitas empresas estreantes em bolsa, inclusive outras provedoras de internet. Exemplos são os descensos das ações de Brisanet (-30%), Unifique (-30%), única exceção feita a Desktop, cujos papéis valorizaram somente 5%.

Mau humor – Não bastasse a aversão ao risco, o mau humor do mercado decorre de fatores diversos, como inflação em disparada, juros em alta, sem contar a discussão, entre poderes, de projetos cujo custo fiscal pode implodir a regra de ouro, do teto de gastos. Ante essa combinação negativa – que contamina o mercado com incertezas – os investidores têm preferido aguardar uma ‘melhora de cenário’, para então voltar a assumir posições.

Tensão deve baixar – No entanto, para analistas, já é possível prever redução expressiva do nível de tensão atual, mediante a perspectiva de aprovação da PEC dos Precatórios no Congresso Nacional; indicação de fonte de financiamento para o novo Bolsa Família (rebatizado de Auxílio Brasil), como também a aprovação da reforma do Imposto de Renda (IR), todos fatores fundamentais ao equilíbrio das contas públicas.

‘Queda de braço’ – Uma das maiores comercializadoras de energia do país, a Comerc trava, no momento, uma ‘queda de braço’ com investidores, a fim de listar seus papéis por um valor, que a empresa considera justo. De acordo com prospecto entregue à CVM, a IPO prevê que as ações fiquem numa faixa de preço entre R$ 16,87 e R$ 18,56, o que corresponderia hoje a uma captação de R$ 1,4 bilhão, se considerado um valor médio e isento de lotes extraordinários.

Compromisso de compra – Mesmo diante do compromisso de compra por fundos, que assumiriam mais de 80% da oferta, muitos investidores continuam a duvidar que isso seja suficiente para manter o lançamento das ações da Comerc ‘de pé’. Essa impressão ficou mais forte, depois que a Environmental ESG Participações – braço de gestão de resíduos da Ambipar (líder em gestão ambiental) decidiu cancelar sua oferta, apesar de esta ter sido apontada, pelo mercado, como a que oferecia maior chance de êxito. Mesmo após reduzir em até 20% o valor de seus papéis, a empresa não conseguiu demanda do mercado.

Coordenação da IPO – Até o momento, ficou acertado que a coordenação da IPO da Comerc será feita por instituições, como Itaú BBA (líder), além do BTG Pactual, Credit Suisse, XP e Citi, com listagem das ações no Novo Mercado da B3, no qual há as maiores exigências de governança corporativa.

Ativo valioso – Diante do quadro volátil, que deprecia os preços das ações, os investidores da companhia resolveram ‘refazer as contas’. Em contrapartida, os donos da Comerc entendem que a empresa “é um ativo valioso que não pode ser oferecido a qualquer preço, por estar inserido no segmento de energia limpa, de grande atratividade no mercado”.

Ancoragem da oferta – A princípio, o compromisso de ancoragem da oferta havia sido feito pelas gestoras Atmos, Verde Asset e Vinci Equities, além da Núcleo Capital, BC Gestão de Recursos, Itaú Unibanco, Truxt Investimentos e Neo Gestão de Recursos. Caso se confirme a precificação da IPO, nessa sexta (8), os negócios em bolsa poderão começar a ser feitos a partir do dia 13 próximo.

Oito projetos – Caso prospere a operação, os recursos captados poderão ser empregados em seis projetos de energia solar, e em dois eólicos. A previsão é de que 11% da captação obtida serão investidos na distribuição de energia na área de concessão da Cemig. Atualmente, a Comerc possui 16% do mercado de comercialização de energia do país, atendendo 1,2 mil clientes, além de prestar serviços a grupos, como Ambev, BRF, Whirlpool e Klabin.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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