Mesmo com ‘reoneração’, gasolina ‘ganha’ do etanol em três estados

Situação incomum, o retorno da cobrança dos impostos federais (PIS/Cofins e CIDE) sobre os combustíveis – a denominada ‘reoneração’, já confirmada e reiterada pelo Ministério da Fazenda – não deverá alterar a vantagem da gasolina sobre o etanol, ao menos, em três estados, que deve se manter por algum tempo.

Pelo menos por enquanto, a supremacia de preços do combustível fóssil sobre o biológico continuará em pauta nos estados de São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal, cujo litro da gasolina vai aumentar de R$ 4,95, R$ 4,96 e R$ 4,97 para R$ 5,29, R$ 5,30 e R$ 5,31, respectivamente.

Apesar da previsão genérica sobre o comportamento do insumo nos estados citados, no DF, porém, o litro da gasolina já está saindo, nesta quarta-feira (1º) a R$ 5,76, ou R$ 0,51 a mais do que na véspera.

Pelos cálculos da Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP), com a incidência dos tributos federais, o litro da gasolina será acrescido de R$ 0,47, enquanto o litro do etanol sofrerá reajustado de R$ 0,02. Levando em conta a redução promovida pela Petrobras (em torno de R$ 0,13), porém, o aumento para o consumidor na bomba deverá ser de R$ 0,34 por litro.

A dica de especialistas para o consumidor é multiplicar pelo fator 0,7 o preço da gasolina e verificar se o resultado continua abaixo do preço do etanol, a despeito da alegada reoneração federal.

Do ponto de vista macroeconômico, porém, a majoração terá efeito praticamente imediato, correspondente a um impacto entre 0,33 e 0,39 ponto percentual sobre o índice oficial de inflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), estimam economistas.

Para o economista do Ibre/FGV, André Braz, a reoneração poderá implicar aumento de até 6,5% no preço final da gasolina vendida nos postos, o que significaria um acréscimo de 0,35 ponto percentual à inflação de março. A estimativa do Ibre é de que a inflação deste mês chegue a 0,7%, em decorrência da combinação da ‘reoneração’ com outros fatores.