Nova espécie de Cordyceps, fungo da série “The Last Of Us”, é encontrada no Rio de Janeiro

Em uma expedição realizada em novembro de 2022 nas florestas do norte do Rio de Janeiro, pesquisadores encontraram e identificaram um novo fungo pertencente ao gênero Cordyceps, que se alimenta de aranhas-de-alçapão e tem coloração roxa. Esse gênero de fungo ficou mais conhecido por conta da série “The Last Of Us“.

Durante a viagem, a equipe observou o patógeno enrolado no corpo das aranhas, mas ainda não sabe se ele é capaz de controlar o comportamento dos aracnídeos antes de matá-los, assim como outras espécies do mesmo gênero fazem.

A expedição tinha como objetivo registrar a biodiversidade da área e descobrir novas espécies, contando com a participação de instituições como o Jardim Botânico Real de Kew (Inglaterra), o Jardim Botânico de Nova York (EUA) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Brasil).

O fungo ainda não foi descrito em periódico científico e nem recebeu uma designação oficial. Para ser reconhecido como uma nova espécie, é preciso seguir algumas formalidades e burocracias.

Os pesquisadores responsáveis pela descoberta usaram uma tecnologia portátil para sequenciar o genoma do fungo no local, onde ele foi encontrado parasitando uma aranha em uma de suas tocas de caça de insetos.

Os Cordyceps roxos são raros. De acordo com o micologista brasileiro João Araújo, que participou do estudo, eles foram coletados apenas algumas vezes em todo o mundo, principalmente na Tailândia. O especialista afirmou ao The Guardian que esta é provavelmente a primeira vez que uma espécie como essa é sequenciada no Brasil.

Os pesquisadores acreditam ter identificado também um fungo que parasita opiliões e outro que ataca besouros de esterco, mas análises mais profundas são necessárias para confirmar se eles realmente ainda não foram registrados.

Cordyceps e The Last Of Us

O fungo Cordyceps é o principal vilão da série de jogos eletrônicos “The Last Of Us”, na qual é um parasita mortal que transforma humanos em criaturas violentas. Embora a ficção tenha exagerado seus efeitos, a história destaca a importância da pesquisa científica sobre o seres, especialmente aqueles que podem causar doenças.