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Economia

Novo reajuste da gasolina é alvo de reclamações de consumidores e empresas do setor

Gasolina começou o ano sendo vendida a R$ 1,83 nas refinarias, mas após nove correções já acumula alta de 51%.

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Quem depende da gasolina está encontrando dificuldades para encher o tanque no país. Na última quinta-feira, 12, a Petrobras anunciou mais um aumento no preço do litro vendido em suas refinarias, que passou de R$ 2,69 para R$ 2,78, mas que na bomba já supera os R$ 6 em muitos estados.

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O combustível começou o ano sendo vendido a R$ 1,83 nas refinarias, mas após nove reajustes já acumula alta de 51%. Não houve mudança no valor do diesel desta vez.

“É um absurdo. O custo para manter o carro aumentou demais, o gasto por mês mais que dobrou. Tenho repassado parte da despesa com combustível para os clientes porque entrego em casa todos os produtos. Muitas vezes, faço mais de uma visita pra ajudar na escolha, então, ficou puxado. Às vezes, o cliente pede desconto e aí não tem jeito, sai do meu bolso mesmo”, disse a fotógrafa Vanessa Ramos, que depende do carro para trabalhar.

Segundo a consumidora, ela precisou aumentar o valor cobrado pelos pacotes e adotar novas estratégias para economizar gasolina para não ter que abrir mão do veículo.

“Eu tento concentrar o máximo de coisas para fazer no mesmo local, e tento fazer algumas coisas em regiões mais próximas de casa para evitar andar muito com o carro”, disse.

Na última semana de julho, o preço médio da gasolina ultrapassou os R$ 6 no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul.

Empresas reclamam

A categoria também está insatisfeita com o reajuste e pede por um estudo sobre o cálculo do preço do produto, segundo com o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus.

“É absurdo mais um reajuste. A sociedade precisa rever a política do preço dos combustíveis ou a população é quem vai continuar sofrendo, e esse sofrimento não é apenas para quem tem carro, o impacto é para todos. A indústria e o agronegócio, que usam de maquinário, também vão sentir esse impacto.”

“O que o Sindicato defende é uma política tributária que permita ao cidadão fazer um orçamento para o seu combustível. Na Inglaterra, por exemplo, a carga tributária diminui quando o preço do barril sobe, e os impostos aumentam quando ele reduz”, completou.

Aumento dos preços

O preço final do combustível para o consumidor inclui o valor de realização da Petrobras, o custo do etanol que é misturado à gasolina, os impostos e despesas e as margens de comercialização das distribuidoras e postos.

Para o professor de economia Alex Gama, variação cambial é o principal fatores de encarecimento do produto. Ele também cita a falta de competitividade do mercado com fator de aumento nos preços.

“Durante o governo Temer houve uma mudança na política de preço da Petrobrás, ela passou a se basear na variação cambial e no preço do barril do petróleo. Antes, nos governos anteriores, havia subsídio e isso ajudava a segurar o preço dos combustíveis. O que mudou foi que a Petrobrás passou a usar esse novo modelo em que a variação internacional que afeta o lucro empresarial é repassada para os consumidores”, explicou.

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