O cacau pode chegar à extinção, você sabia? Entenda porquê

A climatologia influencia em muitos aspectos da vida humana, e no quesito dos alimentos isso não é diferente, pois a agricultura depende também da estabilidade dessa ciência geográfica para obter sucesso em suas produções.

Diante disso, especialistas preveem que daqui a 40 anos não haverá mais o chocolate na combinação que conhecemos de cacau, gordura e açúcar. Isso porque a produção da matéria-prima do chocolate, o cacau, pode ser afetada por essas mudanças climáticas.

A Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) explica o motivo dessa provável extinção do cacau, e consequentemente, do chocolate.

A árvore de cacaueiro possui muitas exigências para que se tenha o cacau. É necessário que haja constantes chuvas, proteção contra o vento, solo rico em hidrogênio, temperatura uniforme e alta umidade. Isso significa que essas árvores só se tornam frutíferas em florestas tropicais.

Um relatório indica que a Costa do Marfim, Gana e a Indonésia futuramente podem sofrer com um aumento na temperatura. A elevação de 2,1 °C no clima desses países, que são os maiores produtores de cacau do mundo, pode levar a árvore a deixar de produzir o cacau.

A previsão da climatologia é que isso aconteça até 2050. Diante desse pesadelo de viver em um mundo sem chocolate, os cientistas buscam maneiras de reverter essa situação.

Cientistas da Universidade da Califórnia estão trabalhando na criação de sementes de cacau que podem se adaptar a essa mudança futura no clima. Eles as fazem a partir de uma tecnologia chamada CRISPR.

Através dessa tecnologia CRISPR, é possível que o DNA seja ajustado de maneira minuciosa. A Mars, fornecedora de produtos como M&Ms e Snickers, é uma das financiadoras da pesquisa que tem como objetivo salvar o cacau.

Enquanto isso, aqui no Brasil a solução encontrada até o momento foi o desenvolvimento do cupulate. Isto é, uma espécie de chocolate produzido através do cupuaçu.

Assim como o cacau, o cupuaçu é uma fruta de origem brasileira, da Amazônia, e pertence ao mesmo gênero do cacau. Contudo, possui um sabor um pouco diferente, apesar de a barra de cupulate ser semelhante no aroma e na aparência.

O cupulate não é uma novidade, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) patenteou o produto na década de 1980.