Economia
Omega Energia apresenta plataforma eletrônica para venda da produção de usinas no mercado livre
Por meio dela, consumidores como indústrias e comércios podem negociar diretamente com produtores e comercializadoras.
A Omega Energia, empresa de geração renovável, apresentou nesta terça-feira uma plataforma eletrônica de venda de contratos no mercado livre de eletricidade, através da qual consumidores como indústrias e comércios podem negociar diretamente com produtores e comercializadoras.
Na plataforma da Omega, os consumidores inserem informações sobre seu perfil de consumo e recebem em seguida uma oferta vinculante de venda de energia da empresa, em proposta de contrato com 100% de flexibilidade para os volumes consumidos.
O público-alvo são principalmente consumidores livres de médio e pequeno portes, com carga de entre 0,5 megawatt e 3 megawatts, grupo que inclui, por exemplo, redes de supermercado.
“Isso representa um mercado de 8 bilhões de reais em empresas que já estão no mercado livre. E mais uns 3 bilhões a 4 bilhões de reais em outros que não estão, mas poderiam ir.”
Pertencente ao mesmo grupo da Omega Geração, a companha deseja que a ferramenta permita o fechamento de operações com clientes de menor porte em volume suficiente para viabilizar a construção de novas usinas num futuro próximo.
“O objetivo é aproximar quem produz, que somos nós, que temos ativos eólicos, solares e pequenas hidrelétricas, do cliente final. Isso de uma forma mais estruturada e com maior intensidade”, afirmou o presidente grupo Omega, Antonio Bastos Filho.
“É uma plataforma digital para negociar energia com clientes menores, com mais capacidade de vender para um número maior de clientes e impactar eles positivamente, via competitividade”, acrescentou.
As empresas que querem atuar mercado livre precisam ter carga de energia a partir de 0,5 megawatt, valor que responde por uma conta de luz de cerca de 40 mil reais por mês, segundo cálculos de Bastos Filho.
Por outro lado, o executivo destacou que muitos dos empresários que poderiam acessar esse segmento não têm conhecimentos avançados sobre o mercado de energia e serão favorecidos com um sistema digital que facilite as negociações.
Sobre a possibilidade de contratos firmados na plataforma servirem como base para a expansão do parque de usinas da Omega, Bastos Filho disse esperar ver esses negócios ocorrendo em breve.
“Sem dúvida. Estimo que isso certamente vai ocorrer em algum tempo. Se formos muito rápidos, se conseguirmos ter um impacto pela simplicidade e pelo preço competitivo, no curto prazo, pode acontecer no segundo semestre ainda”, garantiu.
Ele não falou sobre o volume em novos projetos que poderia ser viabilizado com a nova forma de comercialização, mas estimou um prazo. “Se for uma curva natural (de crescimento da plataforma), acho que ano que vem vamos começar a ver isso acontecer”.
Como a Omega Geração, com ações em bolsa, investe apenas em ativos operacionais, essas usinas poderiam ser construídas por outras empresas do grupo, como a Omega Desenvolvimento, para posterior aquisição pela companhia.
Expansão da plataforma
Atualmente, o Brasil vem analisando um reforma no setor elétrico que reduziria limites para que empresas possam atuar no mercado livre de energia. Em tramitação no Congresso, a proposta prevê que o governo apresenteem quatro anos um plano para que todos consumidores, inclusive residenciais, possam negociar livremente sua energia, ao invés do modo atual, com distribuidoras atuando obrigatoriamente como único fornecedor.
Ainda segundo Bastos, esses clientes residenciais, com pouco conhecimento técnico do setor, seriam um nicho importante para uma expansão mais significativa da plataforma digital da Omega.
“O principal crescimento desse negócio é na hora em que o mercado livre expandir. A gente passa de um mercado de uns 10 bilhões de reais para 100 bilhões ou mais”, disse ele.
“Na prática, quero ver qualquer consumidor do Brasil comprando a expansão marginal de usinas renováveis, que é muito barata, muito limpa.”
Não haverá impacto nos planos de expansão da Omega com uma eventual retirada de um subsídio garantido pelo governo a usinas renováveis como eólicas e solares, na forma de desconto em tarifas pelo uso da rede, acrescentou o executivo.
Em medida provisória apresentada pelo governo na semana passada e que precisa passar pelo Congresso para ser transformada em lei, a retirada gradual do desconto para novos projetos foi proposta.
“Sou anti-subsídios, as renováveis não precisam, elas já são a melhor alternativa em termos de preços e de meio ambiente. Não precisa, então para que você vai onerar o consumidor com um negócio que não é necessário?”, questionou.
A Omega terá uma nova marca, com transformações na identidade visual, anunciou a companhia nesta terça-feira durante evento online para divulgar a nova ferramenta digital.
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