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Pela primeira vez em dez meses, IPCA-15 deflaciona 0,07% em julho
Resultado da ‘prévia da inflação’ deste mês interrompe sequência de nove altas seguidas
Numa trajetória inflacionária descendente contínua, que começou a se acentuar, desde maio último, quando desacelerou para 0,51%, ante 0,57% de abril, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15) – indicador considerado ‘prévia da inflação’ – de julho apresentou deflação de 0,07%, após subir 0,04% no mês anterior, configurando a primeira baixa do indicador em dez meses, desde setembro de 2022, após nove elevações seguidas. Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio bem abaixo do projetado por analistas consultados pela agência Bloomberg, que apontavam uma deflação de 0,02%, após a estimativa de ligeira alta de 0,04%, registrada em junho, ao passo que as 27 projeções de analistas de consultorias e instituições financeiras, colhidas pelo Valor Data, apontavam deflação de 0,03% neste mês, com intervalo de estimativas que ia -0,13% a +0,02%.
Por conta da deflação de julho, a ‘prévia da inflação’ agora acumula avanço de 3,19% em 12 meses, ante 3,40% acumulados em junho, no mesmo período. A previsão é que a variação do IPCA deste mês será conhecida no próximo dia 11 de agosto.
Com aumento de 0,63% e impacto de 0,13 ponto percentual, o grupo Transportes foi a principal influência de alta do IPCA-15 de julho. Em contraponto, a deflação de energia elétrica residencial, de 3,45%, pressionou para baixo o índice.
No último dado disponível da inflação oficial de junho, houve deflação de 0,08%, o que alimentou a expectativa de o indicador fechar o ano dentro da meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com centro de 3,25%, piso de 1,75% e teto de 4,75%. Com o declínio das taxas, a proposta de ampliação da meta de inflação perdeu força no Planalto.
A convergência inflacionária à meta alimenta a expectativa do mercado por um corte mais ‘profundo’ da taxa básica de juros (Selic) – mantida pelo Banco Central (BC) no patamar de 13,75% ao ano, desde agosto de 2022 – de até 0,5 ponto percentual (p.p.) na próxima reunião (dias 1º e 2 de agosto) do Comitê de Política Monetária (Copom).
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