Pesquisa mostra publicidade irregular de fórmulas infantis em farmácias e supermercados

Um estudo foi realizado em sete cidades de cinco regiões no Brasil, e mostrou que seis entre 10 farmácias e mercados descumprem a legislação sobre o marketing de fórmulas infantis. O levantamento foi organizado pelo Observatório de Saúde na Infância, que é um espaço online onde informações sobre indicadores sociais e leis relacionadas à infância são reunidas.

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A legislação serve para regular o marketing de produtos que possam prejudicar o aleitamento materno, como compostos lácteos, fórmulas infantis, chupetas, mamadeiras e papinhas/mingaus para bebês.

A cidade que mais registrou infrações deste tipo foi Belém (PA), seguida por São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC) e Ouro Preto (MG).

Segundo Cristiano Boccolini, que é pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz e coordenador do Observa Infância, o marketing indevido destes produtos é uma das estratégias ilegais cometidas pelos comércios infratores, e essa é uma das maiores causas da estagnação da amamentação no Brasil, por acabar influenciando a decisão das mães sobre amamentar seus filhos.

Para o maior cumprimento da lei, é preciso investir em mais fiscalização, e nestes casos, farmacêuticos e a vigilância sanitária têm um papel muito importante.

A amamentação é incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até os dois anos de idade, sendo exclusiva e em livre demanda até os 6 meses da criança. Segundo os dados da organização, o leite materno tem fatores que protegem as crianças de diversos problemas que podem vir a ter na infância, e que, a cada ano, o aumento do aleitamento materno salva cerca de 6 milhões de vidas.

Nem a Associação Brasileira de Supermercados, nem a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias quiseram se manifestar sobre a pesquisa.