Economia
Preço do arroz cai 8%, mas frango, café e açúcar estão mais caros
Apesar de quedas no preços de alguns itens essenciais da cesta básica, outros apresentaram alta no acumulado dos últimos meses; veja.
As idas aos supermercados têm sido cada vez menos frequentes entre os brasileiros. A explosão nos preços de itens essenciais da cesta básica, que começou no ano passado, apresentou queda logo nos primeiros meses de 2021. No entanto, isso não durou muito.
Dados da prévia de setembro do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), publicada na última sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que ainda é difícil encher o carrinho de compras e que os “vilões” do bolso só mudaram de lugar.
Do lado das reduções, o preço do arroz, por exemplo, que subiu 76% no ano passado, teve queda de 8% desde o começo deste ano. O óleo de soja, que escalou nada menos que 103% em 2020, agora estabilizou, e subiu apenas 0,2% em 2021.
Já em relação aos aumentos, podemos citar o preço da margarina, que subiu 21%, do frango, com alta de 20%, e das carnes, que ficou na média de 10%, sendo que o filé mignon subiu 15%, o patinho 14% e o acém cerca de 16%.
Como observado acima, a diminuição no preço de alguns produtos não compensa a alta acumulada, sobretudo no caso do arroz e do óleo, que ainda custam 23% e 51% mais caros que no ano passado, respectivamente. A alta geral deste mês é de 1,14%, sendo a maior para um mês de setembro desde o fim da hiperinflação no país, em 1994.
Crise hídrica
Um dos motivos para a alta nos alimentos, no caso do arroz e do óleo (produzido da soja), foram as exportações, que tiveram uma escalada muita rápida no ano passado. Por outro lado, a falta de chuvas que, além de causar um aumento significativo na conta de luz, também tem impactado nas produções de cultura.
“Os alimentos que estão subindo de preço têm a ver com a crise hídrica. A seca atacou especialmente as lavouras de cana-de-açúcar, de café e de milho, e esses três itens explicam boa parte da aceleração nos alimentos que estamos vendo”, declarou o economista André Braz, coordenador de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
Por sua vez, o milho, que também teve suas plantações afetadas – sendo usado como base para a produção de ração animal e fonte de alimento para a criação de frangos – também teve alta nos últimos meses, tornando as compras de itens relacionados cada vez mais cara.
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