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Preços industriais caem 2,72% em junho; queda é a quinta seguida do ano

Com o resultado, Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula recuo de 6,46% em 2023

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Quinta queda seguida, os preços da indústria recuaram 2,72% em junho último, ante o mês anterior, resultado que corresponde a um recuo acumulado de 6,46% do Índice de Preços ao Produtor (IPP) no ano .

Já no período acumulado de 12 meses, a retração de 12,37% é a maior da série histórica, divulgou, nesta quinta-feira (27), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao revelar que, das 24 atividades industriais pesquisadas, 19 apresentaram retração em junho, ante o mês anterior.

Para o analista do IPP, Felipe Câmara, “a indústria brasileira convive com quase um ano de deflação na porta da fábrica. No acumulado em 12 meses, é a primeira vez que o indicador atinge dois dígitos de variação negativa. É importante ter em vista o efeito da queda continuada dos preços de commodities-chave, que tem barateado os custos de produção ao longo das cadeias produtivas nacionais, tornado produtos importados básicos mais competitivos e reduzido a receita unitária de venda do exportador brasileiro. Todo esse efeito é maximizado pela apreciação cambial dos últimos meses”.

Entre as deflações mais significativas, o destaque coube às indústrias extrativas (-10,52%); refino de petróleo e biocombustíveis (-6,32%); outros produtos químicos (-5,01%); e papel e celulose (-4,40%). Para a composição do resultado agregado, o setor de alimentos foi o que mais contribuiu, com um peso de 0,83 ponto percentual (p.p.), e uma variação negativa de 3,35%, a segunda queda seguida e o quarto recuo no ano. No acumulado de 2023, a redução chega a 5,04%, em contraste com igual período de 2022, quando cresceu 7,89%. Em 12 meses, porém, a queda é ainda mais intensa, chegando a -7,56%.

“A conjuntura também tem o reforço da oferta abundante de matéria-prima para a fabricação de alimentos, o que em junho foi determinante para que essa atividade fosse a principal responsável pelo recuo do IPP em relação a maio. As indústrias extrativas, o refino e a química, também foram destaques em termos de influência; juntas essas quatro atividades representam quase 50% no cálculo do IPP e todas foram afetadas por um ou mais dos fatores que citei anteriormente”, avalia Câmara, ao acrescentar que “na fabricação de alimentos, uma combinação de safras expressivas, maior volume de abate e melhora do escoamento têm se somado para contribuir para a deflação no setor. Produtos com grande peso, como os derivados da soja, carnes e aves e o açúcar VHP, apresentaram menores preços em função desses eventos”.

Os preços das indústrias extrativas, por sua vez, tiveram queda de 10,52% no mês passado, invertendo o sinal do acumulado do ano, de 4,82%, registrado em maio, para -6,20%, em junho. Neste caso, o acumulado em 12 meses totaliza uma deflação de 31,95%.

“Influenciando o resultado das indústrias extrativas, o preço do óleo bruto fechou o ano em queda, acompanhando o preço no mercado internacional, e o minério de ferro brasileiro foi negociado por menores preços por mais um mês, após um primeiro trimestre de aumento sazonal da demanda chinesa”, explica o analista do IPP.

Descrevendo a sétima queda consecutiva, os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis caíram 6,32% em junho, acumulando um recuo de 23,30%, ao contrário de igual mês de 2022, quando o acumulado era de +31,46%.

“Os derivados de petróleo continuam em trajetória de queda, repassando ao preço do produtor custos cada vez menores para a aquisição da matéria prima. O álcool também é destaque, com preços pressionados por ser substituto dos derivados de petróleo, mas também pela maior oferta recente de cana de açúcar”, concluiu Câmara.

Sou um profissional de comunicação com especialização em Economia, Política, Meio Ambiente, Ciência & Tecnologia, Educação, Esportes e Polícia, nas quais exerci as funções de editor, repórter, consultor de comunicação e assessor de imprensa, mediante o uso de uma linguagem informativa e fluente que estimule o debate, a reflexão e a consciência social.

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