Economia
Preços industriais têm deflação de 0,54% em novembro
Apesar de recuo, inflação da indústria acumula alta de 4,39% em 12 meses
Com a deflação de 0,54% medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), a inflação da indústria acumula alta de 4,47%, no período de janeiro a novembro de 2022, com saldo de 4,39% em 12 meses, segundo dados divulgados, nessa quarta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A retração de preços de novembro é considerada a quarta maior verificada para o mês, desde o início de série histórica, em 2014.
O resultado do penúltimo mês do ano passado amplia a deflação, já expressiva, apresentada em outubro, de 0,86% e contrasta com o avanço de 1,46% nos preços do setor em novembro de 2021. Pesaram no recuo de preços, as deflações verificadas nos insumos industrializados usados no setor produtivo (-0,86%) e nos bens de consumo semi e não duráveis (-0,32%).
Reforçando a tendência regressiva da inflação industrial, a pesquisa do instituto aponta que 15 das 24 atividades industriais pesquisadas exibiram deflação em novembro último, em especial, outros químicos (-4,41%) e alimentos (-0,70%). Nove ramos da indústria tiveram alta de preços. Os maiores impactos positivos, por sua vez, vieram dos veículos (0,55%) e do refino e biocombustíveis (1,01%).
Com relação às quatro maiores categorias industriais, somente duas apresentaram avanço de preços, como bens de capital (máquinas e equipamentos usados no setor produtivo), que subiram 0,47% e os bens de consumo duráveis, que cresceram 0,41%.
No que toca ao acumulado de 2022, até novembro, a tendência altista também esteve presente nos segmentos de papel e celulose (19,47%), impressão (18,07%), refino de petróleo e biocombustíveis (17,50%) e bebidas (16,80%).
Em contraponto, os preços da indústria de transformação apuraram declínio de 0,48% em novembro, abaixo da deflação de 0,72%, registrada em outubro, ao passo que o IPP da indústria extrativa revelou queda de 1,65% em novembro, ante o ‘tombo’ de 3,44% dos valores, no mês precedente.
Na avaliação do gerente de Análise e Metodologia do IBGE, Alexandre Brandão, “essa queda está ligada particularmente ao preço de setores de maior peso na indústria brasileira, em particular alimentos e refino de petróleo. No caso de alimentos, a entrada da safra de alguns produtos e uma menor demanda em outros casos explicam grande parte das quedas. No caso do refino, a razão principal é o comportamento do óleo bruto de petróleo, do setor indústrias extrativas, no mercado externo”.
O IPP das Indústrias Extrativas e de Transformação é o indicador que mede os preços de produtos sem impostos e frete de três grandes categorias econômicas, que são: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).
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