Economia
Presidente do BC justifica nível das taxas de juros na Câmara
Galípolo foi duramente criticado pelos parlamentares.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, defendeu dia 1º a necessidade de uma política monetária mais rigorosa no Brasil para atingir os mesmos efeitos que em outros países. A declaração ocorreu durante sessão solene na Câmara dos Deputados em comemoração aos 60 anos do Banco Central, onde parlamentares criticaram os altos juros praticados no país.
Galípolo destacou que a instituição precisa aprimorar a comunicação sobre as decisões monetárias para ampliar o entendimento da população e do setor financeiro. Segundo ele, há uma dificuldade externa em compreender como o Brasil consegue manter dinamismo econômico mesmo com taxas de juros elevadas. “Alguns grupos conseguem exceções para pagar menos, enquanto uma grande maioria é obrigada a pagar mais em compensação. Temos uma série de subsídios cruzados, perversos e regressivos na sociedade brasileira”, afirmou.
Apesar das críticas, Galípolo reforçou o compromisso do Banco Central com a meta de inflação e afirmou que a comunicação transparente das decisões da instituição é um dos principais desafios.
Críticas no Congresso
Durante a sessão, o deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR) questionou a recente decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 14,25% ao ano. “Parem de mentir para o povo brasileiro que a culpa é do déficit público! O déficit público do ano passado foi mínimo. Os Estados Unidos tiveram um déficit dez vezes maior”, afirmou o parlamentar.
O deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) apontou que os cortes de despesas promovidos pelo governo entre 2023 e 2024 são anulados pelo aumento dos juros, elevando o custo da dívida pública. Já o deputado Heitor Schuch (PSB-RS) citou os impactos da política monetária no setor agrícola. “Na semana passada, houve a maior feira de agricultura familiar do Brasil em Rio Pardo. Ninguém fechou negócio porque os juros estão em 15%”, relatou.
Setor financeiro e impacto na economia
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que as instituições financeiras não têm interesse em manter juros elevados. “Os bancos não defendem juros altos. Não precisamos disso para garantir nossa rentabilidade”, disse.
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles relembrou o período de hiperinflação e defendeu a atual política monetária. “Pior do que taxa de juros elevada é inflação alta. O povo brasileiro não quer reviver essa experiência”, afirmou.
Já o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, atual líder da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, alertou que o projeto de aumento da isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil pode elevar a carga tributária dos bancos, impactando seus custos.
Expectativas para a economia
A política de juros do Banco Central segue como um dos temas mais sensíveis da economia brasileira, influenciando o endividamento do governo, o acesso ao crédito e a atividade produtiva. O debate sobre a Selic deve continuar nos próximos meses, especialmente diante das pressões para uma redução mais acelerada das taxas.
(Com Agência Câmara).

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