Produção de etanol cresce no Centro-Sul do país mesmo com redução na moagem de cana

No mês de maio, a consultoria JOB Economia, previu uma redução de 7,5% na moagem de cana do Centro-Sul do Brasil, estimada em 533 milhões de toneladas. A previsão, 12% menor que a esperada, teria sido impactada pela seca e as geadas em 2021/22. Por outro lado, os preços do etanol subiram levemente em relação aos preços elevados do mercado interno.

A produção de etanol de cana nas principais regiões produtoras do país em 2021/22 está estimada em 25,10 bilhões de litros, um aumento de 2,45% em relação à projeção anterior, enquanto a produção de açúcar em 2021/22 é estimada em 33,4 milhões de toneladas (-13%), em comparação com os 37,2 milhões anteriores (-10,2%), devido à quebra de safra.

De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, devido às baixas cotações, os preços do etanol no Estado de São Paulo, que é o maior produtor e consumidor do país, estão no maior patamar desde março de 2016, considerando valores deflacionados.

Em entrevista à Reuters, Júlio Maria Borges, sócio-diretor da consultoria disse que foi uma reversão de expectativa. ‘’As indústrias estão fazendo mais etanol do que o previsto”, afirmou.

Júlio ainda comentou que o mercado de gasolina, em um cenário de menor oferta de matéria-prima de etanol, acaba puxando a fabricação do álcool anidro. “A restrição da oferta cai toda no hidratado, como vende mais gasolina, puxa a produção de anidro.”

Nas usinas paulistas, o etanol hidratado, usado nos veículos, subiu mais de 75% em comparação ao ano anterior. Já o etanol anidro, misturado na proporção de 27% na gasolina, foi comercializado a R$ 3,7583 por litro nas usinas paulistas, com alta de 84% no mesmo período do ano passado.